Toda a surpresa para a garota, natural de Patos de Minas, foi preparada pela equipe do Hospital do Câncer da Fundação Cristiano Varella, na cidade da Zona da Mata, onde ela está morando desde fevereiro deste ano para tratamento de leucemia.

A cerimônia teve a presença da tia, vídeo de amigos e um dos enfermeiros como príncipe.

"Foi uma alegria a mais para continuar nesta batalha. Uma motivação a mais para a gente seguir em frente", disse a adolescente ao G1.

A história da mobilização, fotos e um vídeo com imagens da festa foram divulgados nas redes sociais do hospital. (Confira o vídeo abaixo)

A adolescente contou ao G1 que sonhava com uma festa de debutante, mas que não esperava que fosse acontecer no hospital, nem que toda a equipe colaborasse para surpreendê-la.

"Não tinha a menor ideia. Não imaginei. Conseguiram me enganar direitinho. Eles me disseram que uma moça queria fazer uma maquiagem para uma sessão de fotos. Depois, quando o vestido chegou, pensei que também era para isso", contou.

Ela e a mãe, Maria Terezinha, foram levadas para uma sala para a preparação. Enquanto isso, do lado de fora, os funcionários montaram a festa e se viram obrigados a improvisar até uma convidada chegar.

"Usaram a desculpa de que a fotógrafa iria chegar, então fiquei nesta sala sendo maquiada. Depois, ficaram mexendo e remexendo no vestido, porque estavam esperando chegar a minha tia, que veio de Patos de Minas. Só então me levaram para a sala", disse.

"Arrumaram até príncipe, na hora que ele chegou eu fiquei 'o que é isso?'. Eu fiquei emocionada e tentei não chorar, mas quando vi o vídeo com as mensagens, especialmente o do meu irmão de 21 anos que está em Patos de Minas, aí eu chorei", comentou.

Com maquiagem à prova d'água, a adolescente contou que aproveitou muito a festa e tirou muitas fotos. "Eu fiquei muito feliz. O pessoal aqui do hospital é muito bom", afirmou.

A adolescente joga como levantadora no time de vôlei do Serviço Social da Indústria (Sesi) de Patos de Minas há quatro anos, mas está afastada das quadras desde o fim de janeiro deste ano, quando exames diagnosticaram a doença e ela se mudou para Muriaé para o tratamento.

Pensando nisso, os funcionários do hospital encomendaram um presente especial na internet: um par de tênis, para ela estrear quando voltar às quadras.

Desde o diagnóstico, Mariana e a mãe estão na Zona da Mata, enquanto o pai e o irmão permaneceram em Patos de Minas.

"Na véspera, ela até chorou porque disse que, no ano passado, comentava com as amigas sobre como sonhava com a festa, e que agora estava no hospital. Para uma mãe, é muito difícil, a gente quer o melhor para nossos filhos", disse a mãe.

"As pessoas fizeram a surpresa para ela e para mim, que sabia um pouco, mas não tudo. Foi muito gratificante, muito bom. Por um instante, nós esquecemos tudo que estamos passando", completou

A mãe aproveitou para agradecer toda a acolhida e apoio que recebeu em Muriaé para o tratamento e a recuperação da filha.

"Quando viemos para cá, disse à Mariana que era eu, ela e Deus. Eu tenho muita fé, nós estamos aqui por um propósito de Deus. Por isso que ele mudou o caminho dela e nós viemos parar aqui. O tratamento está dando certo e eu tenho que agradecer a todos que deram essa alegria para ela, que Deus possa iluminar e protegê-los", disse Maria Terezinha.

Funcionários de todos os setores se mobilizaram, cada um contribuiu como pode. Toda a festa foi conseguida com doações de serviços e de parceiros.

A coordenadora da Unidade de Internação de Quimioterapia, Bárbara Eliodora Nascimento Silva, destacou que Mariana é uma inspiração para a equipe.

"Ela é uma menina alegre, nos inspira e dá força. Por isso, os funcionários de todos os setores se mobilizaram para organizar um dia diferente e promover este momento especial para ela. A gente precisa de histórias assim para mostrar aos outros que é possível fazer o bem. Foi mágico, sensacional e se tornou um presente para todo mundo", comentou.

O diretor-administrativo do Hospital do Câncer Fundação Cristiano Varella, Sérgio Dias Henriques, disse que a iniciativa da festa faz parte das várias ações de humanização no atendimento desenvolvido pela instituição.

"Ela tinha comentado que tinha um sonho de ter uma festa de debutante e estar conosco, longe de casa, para um tratamento prolongado. Conseguimos envolver os colaboradores e vários parceiros. Foi importante demais. Uma forma de abraçar e dizer 'você faz parte da gente', está aqui e pode contar conosco. E todos percebem como podemos enxergar a vida de outro modo", afirmou Henriques.

Fonte: G-1 Zona da Mata