Jornalista investigada por suposta fraude em testamento de idoso é presa em Juíz de Fora
03/08/2018 07:44 em REGIÃO

 

A jornalista Denise Zaghetto, de 52 anos, foi presa nesta quinta-feira (2) no Bairro Bom Pastor, em Juiz de Fora. Ela é investigada pela Polícia Civil por possível estelionato contra o advogado aposentado, Simeão Cruz.

A informação foi confirmada nesta tarde pela Polícia Civil. Ela foi levada por policiais militares para a delegacia do Bairro Santa Terezinha e, de lá, foi encaminhada à Penitenciária Professor Ariovaldo Campos Pires.

O advogado de defesa de Zaghetto, Ulisses Sanches da Gama, disse que vai recorrer da prisão. “É uma (prisão) preventiva sem fundamento algum, porque ela participou de todos os autos. Entramos em contato com a (Polícia) Civil e estávamos a preparando para apresentação espontânea agora à tarde. Um pouco antes, ela foi presa pela PM. Agora vamos pedir revogação da preventiva e o habeas corpus, se for o caso”, afirmou.

Zaghetto foi presa pela PM após cumprimento de mandado prisão por volta das 12h na casa dela. Em seguida, ela passou por exames de praxe e foi para a cadeia. O mandado de prisão foi expedido na quarta-feira (1º) pela juíza Rosangela Cunha Fernandes, da 1ª Vara Criminal.

A equipe que efetuou a prisão foi coordenada pelo sargento Carlos Henrique Maurício, que informou ao G1 que a jornalista não resistiu à prisão.

"Quando chegamos à casa ela não estava lá, aguardamos por cerca de meia hora. Ela chegou e não ofereceu resistência. Foi então que a conduzimos na viatura policial até a delegacia para que fossem cumpridos os demais procedimentos da prisão", explicou.

Investigações da Polícia Civil apontam a participação dela e do cuidador do idoso, Carlos César Viana, na morte de Simeão Cruz. As circunstâncias do falecimento e um possível caso de estelionato contra ele são apurados.

O delegado responsável pelo caso, Eurico Cunha, está em viagem internacional, mas também confirmou ao G1 que foi informado por sua equipe de policiais da prisão da jornalista.A Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap) confirmou a entrada de Zaguetto na unidade prisional.

 
 

Cuidador e mulher são acusados de forjar testamento de idoso de 80 anos

 

Família foi surpreendida com notícia da morte

 

Simeão Cruz tinha 80 anos e morava sozinho. Os móveis e a decoração antiga do apartamento eram do tempo em que ele vivia com a mãe. Não casou, nem teve filhos. Ele tinha 19 sobrinhos. Morreu em casa no dia 13 de maio. Um médico atestou a morte. Na certidão de óbito constam as causas: insuficiência cardíaca e hipertensão arterial. Nenhum parente foi avisado.

"Os vizinhos falaram que ele tinha morrido e tinha sido enterrado. Eles falaram que tinha sido 7h30, 7h a morte dele e 13h já tinha enterrado. Falaram que tinha três pessoas no velório", contou a sobrinha de Simeão, a empresária Maria Verônica Bressan.

Ao questionar o cuidador de Simeão, o sobrinho Marcelo Cruz destacou que não teve resposta satisfatória. "Eu liguei para o cuidador, perguntando por que ele não comunicou a família. Ele só respondeu que cumpriu a missão dele e desligou o telefone", relatou.

O cuidador de idosos Carlos César trabalhava para Simeão Cruz e tinha a confiança da família. Ele alegou que o aposentado pedia para que os sobrinhos não fossem avisados de sua morte. "Eu fiquei indignada. Porque isso nunca foi da vontade dele", garantiu Maria Verônica Bressan. Esta versão também é contestada por Marcelo Cruz, que alegou ter visto o tio em 1º de maio. "Nós tínhamos uma relação familiar muito intensa. Todos os domingos nós nos reuníamos na casa dele, tomávamos uma cerveja, botávamos o papo em dia", ressaltou.

Para conseguir a certidão de óbito no cartório, o cuidador contou outra história, segundo a oficial de registro Mariana Castro. "Ele alegou que essa pessoa não tinha nenhum parente próximo que ele conhecesse".

Na casa do aposentado, os sobrinhos encontraram a fatura do cartão de crédito de Simeão Cruz indicando que o caixão foi pago com o cartão do aposentado, em uma despesa assumida no dia morte dele, dividida em seis parcelas de R$ 366.

 

Fonte: G-1 Zona da Mata

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