Mais da metade dos refugiados venezuelanos que foram para Juiz de Fora já estão empregados
REGIÃO
Publicado em 01/09/2018

 

A crise migratória dos venezuelanos colocou em destaque o acolhimento dos imigrantes no Brasil e Juiz de Fora foi pioneira na recepção destas pessoas.

Antes do programa de interiorização em andamento, o município recebeu nos últimos dois anos, 90 pessoas vindas do país vizinho. Atualmente, 14 estão na Casa Benjamín, da Associação dos Amigos (Aban) e recebem o apoio de uma pastoral da Igreja Católica.

De acordo com a Associação, 50 imigrantes recebidos neste período já conseguiram qualificação no mercado. Um deles foi Gralijos Cruzfel Alexander Fariñas, um ex-policial que também trabalhou como vendedor. Atualmente Alexander, como prefere ser chamado, é um barista em formação.

"Eu recebia um salário, mas não conseguia comprar comida para manter minha família. Era muito difícil. Agora penso em estudar, estabelecer minha situação, construir uma vida nova aqui", contou.

 
Irmãos imigrantes trabalham juntos. (Foto: Reprodução/TV Integração)Irmãos imigrantes trabalham juntos. (Foto: Reprodução/TV Integração)

Irmãos imigrantes trabalham juntos. (Foto: Reprodução/TV Integração)

O irmão dele, Clemente José Alexander Rivas, chamado de José pelos amigos, veio de Ciudad de Bolívar em busca de uma vida melhor. Se tornando garçom e colega de trabalho do irmão.

"Com o apoio da minha mãe, juntei o salário de seis meses, vendi meu celular e vim de ônibus pra cá. Distribuí vários currículos em lojas e lanchonetes. Aí ligaram para o meu irmão e para mim", disse. Ele adestacou ainda que "as pessoas aqui são bem acolhedoras, são muito carinhosas".

 

A nova chance dos irmãos venezuelanos é considerada um diferencial para a cafeteria onde trabalham, como analisa a gerente do local, Carolina Abrão. "No início ficamos com receio de colocá-los no atendimento. Só que eles se destacaram e sabiam falar nosso idioma, são super simpáticos, cordiais", afirmou.

 

Capacitação

 

O idioma é uma das grandes dificuldades na vida dos imigrantes. Por isso, a Aban oferece aulas de português duas vezes por semana. "Essas aulas os ajudam na melhora da qualidade de vida buscando por um trabalho, indo a uma consulta médica, pedindo informação", explicou a professora voluntária, Fabíola Pereira.

 
Aulas para imigrantes venezuelanos. (Foto: Reprodução/TV Integração)Aulas para imigrantes venezuelanos. (Foto: Reprodução/TV Integração)

Aulas para imigrantes venezuelanos. (Foto: Reprodução/TV Integração)

As aulas ocorrem na sede da Associação no Bairro Dom Bosco, onde os imigrantes recebem moradia, auxilío para legalizar os documentos e são encaminhados para o mercado de trabalho.

A coordenadora do projeto, Camila Riani, destacou que "é muito gratificante, eles se tornam parte da nossa vida. Deixam tudo para trás, colocam a vida numa mala e vão para outro país".

 

Fonte: G-1 Zona da Mata

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