Por essa acusação, Oliveira pode ser condenado a uma pena de 3 a 10 anos de prisão. A legislação prevê ainda que se a agressão resultar em lesão corporal grave, a pena pode ser até mesmo dobrada.
Bolsonaro segue internado
O último boletim médico divulgado pelo Hospital Albert Einstein nesta segunda informa que Jair Bolsonaro segue "sem sinais de infecção" e confirma que o candidato à Presidência pelo PSL passará por nova cirurgia posteriormente.
O comunicado diz que a operação será feita para "reconstruir o trânsito intestinal e retirar a bolsa de colostomia".
A realização da operação, considerada de grande porte, já estava prevista para depois que o candidato tiver alta e só deve ocorrer daqui dois meses. Enquanto isso, Bolsonaro seguirá com a bolsa externa ligada à barriga.
O boletim médico afirma que, passados quatro dias após o ferimento, o estado do candidato "ainda é grave e permanece em terapia intensiva".
"O paciente permanece ainda com sonda gástrica aberta e em íleo paralítico (paralisia intestinal), que ocorre habitualmente depois de grandes cirurgias e traumas abdominais. Ontem, havia uma movimentação intestinal ainda incipiente e que persiste do mesmo modo hoje", acrescenta o documento, assinado pelos médicos Antônio Luiz Macedo, cirurgião; Leandro Echenique, clínico e cardiologista; e Miguel Cendoroglo, diretor superintendente do hospital.
O comunicado ainda cita que Bolsonaro permanece "recebendo o suporte clínico, cuidado de fisioterapia respiratória e motora, e alimentação exclusivamente parenteral (endovenosa)".
Outras declarações do advogado de defesa
Após protocolar o pedido na Justiça Federal de Juiz de Fora, Zanone Manuel de Oliveira Júnior falou sobre diversos aspectos relacionados ao seu cliente. Veja abaixo alguns destaques da entrevista do advogado de defesa:
Sobre algum eventual transtorno mental: “Ele já teve consultas. O problema é que, por essa vida dele, de todo mês estar em um lugar diferente, nós da defesa ainda não tivemos acesso a nenhum histórico médico, a nenhum laudo pretérito”
Sobre materiais encontrados na pensão em que Adélio estava: “Ele sempre trabalhou como ajudante, fazia bicos como garçom. Então, ele tentava empregos, serviços, e assim ele veio sobrevivendo. Isso foi me repassado pelo próprio Adélio”
Sobre conduta de Adélio no dia do ataque: “Nós não temos um histórico médico, mas temos um supedâneo, um alicerce fático muito forte: a própria conduta do Adélio, porque ele sabia que o presidenciável estava sendo protegido e escoltado, até porque a lei federal prevê esse tipo de proteção para quem concorre à Presidência da República, e eu tenho certeza que ele sabia disso e mesmo assim teve a audácia. (...) A audácia de Adélio em afrontar toda essa segurança e partir para uma atitude kamikaze, só isso já é um instrumento, um fato que alicerça esse nosso pedido. E o que nós queremos saber qual era o estado da rigidez, da saúde mental naquele momento, até porque a nossa situação é tranquila. Ele não nega a autoria. Ele foi lá, numa missão kamikaze, e ele nos relatou: ‘Eu pensei que eu não voltaria. Eu fui para morrer’. Essas são palavras de Adélio, não são palavras do Zanone”
Sobre a contratação dos advogados: “Essa pessoa (que contratou a equipe de defesa) o conhece através da religião, e simplesmente se apiedou da existência hoje desse inferno astral, desse martírio que o Adélio está passando. (...) Eu sou o profissional há mais de duas décadas, me doo sempre, diuturnamente na minha vida, ao tribunal do povo, que é a minha especialidade. E aí meu nome foi sugerido por essa pessoa. Essa pessoa veio até mim, e eu, que tenho vários advogados associados Brasil a fora, porque faço vários trabalhos em júris pelo Brasil afora, acionei em primeiro lugar doutor Pedro, que com uma prontidão assim ímpar, se deslocou à cidade de Juiz de Fora para analisar os requisitos da prisão em flagrante, se os direitos, se principalmente as garantias fundamentais da Constituição Federal, em que concerne ao nosso representado, Adélio, estavam sendo atendidos”
Fonte: G-1 Zona da Mata