Soldado da PM que matou ex-esposa é ouvido em audiência de instrução em Santos Dumont
27/09/2018 07:15 em REGIÃO

 

O soldado da Polícia Militar (PM) Gilberto Ferreira Novaes, acusado de matar a ex-companheira Sthefania Parente de Ferreira Novaes, de 29 anos, e sequestrar a filha, de 4 anos, foi ouvido em audiência de instrução nesta quarta-feira (26) em Santos Dumont. Testemunhas de defesa e acusação também foram ouvidas na audiência.

Gilberto Ferreira Novaes chegou à instrução algemado, escoltado e com colete à prova de balas.

O policial, então com 35 anos, estava lotado em uma guarnição do Sul de Minas quando foi até a casa da ex-companheira, no Bairro Córrego do Ouro, em Santos Dumont, e a baleou. Na sequência, ele fugiu de carro com a criança.

 

Inquérito

 

Gilberto foi indiciado pela Polícia Civil no dia 5 de junho e denunciado em 12 de junho pelo Ministério Público (MP) por homicídio qualificado, feminicídio, motivo fútil, à traição, emboscada ou dificultando a defesa da vítima.

Ele também responde pelo sequestro a filha de quatro anos e por desrespeito à medida protetiva, como prevê a atualização da Lei Maria da Penha em vigor desde abril deste ano. O objetivo da audiência foi colher mais provas do crime e decidir se o acusado vai ou não a júri popular.

 

Testemunhas

 

Entre as testemunhas ouvidas estava Demétrius de Paula Lucas, amigo de Gilberto. Ele é o dono do carro usado no crime.

Segundo Demétrius, Gilberto pediu o carro para sair com uma menina. “Estou com a minha família e, de repente, o telefone toca. Era o meu irmão perguntando se eu estava sabendo do Gil. Eu neguei e foi quando soube que ele tinha assassinado a esposa e fugido com a filha”, contou.

A mulher que entregou um lanche na casa de Sthefania na noite do crime também foi ouvida na audiência. Ela viu o momento em que Gilberto aproveitou que a porta da residência estava aberta, invadiu o local e atirou na vítima de 29 anos.

Foi a primeira audiência de instrução do caso que aconteceu em abril deste ano. No total, 11 testemunhas de defesa e acusação foram ouvidas no Fórum de Santos Dumont. Outras duas testemunhas, que estão em Juiz de Fora, foram ouvidas por carta precatória.

O advogado de Gilberto Luiz Alexandre Botelho afirma que o acusado assume o crime. “Desde o primeiro momento, ele assume efetivamente que efetuou os disparos contra a vítima. No dia dos fatos, ele entra na casa da vítima e se depara com outro rapaz no local. Ele diz que se descontrolou e não se lembra do momento”, explica Botelho.

Gilberto e Sthefania foram casados durante cinco anos. Segundo a mãe de Sthefania, Elaine Parente, o relacionamento entre os dois era conturbado.

“Ela sofreu muito. Tenho fotos dela com partes do corpo roxas, ela não dormia mais. Esperamos que seja resolvido o mais rápido possível, que ele pague pelo que fez”, disse a mãe.

 

Prisão

 

O soldado foi preso cinco dias depois do crime em um shopping popular na cidade de Belo Horizonte. De acordo com as investigações, ele estava no local para comprar documentos falsos.

Segundo o juiz Marcelo do Valle Thomaz, somente após a confirmação da sentença é que será decidido se Gilberto vai ao tribunal do júri.

 

Fonte: G-1 Zona da Mata

 

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