Gilberto Ferreira Novaes chegou à instrução algemado, escoltado e com colete à prova de balas.
O policial, então com 35 anos, estava lotado em uma guarnição do Sul de Minas quando foi até a casa da ex-companheira, no Bairro Córrego do Ouro, em Santos Dumont, e a baleou. Na sequência, ele fugiu de carro com a criança.
Gilberto foi indiciado pela Polícia Civil no dia 5 de junho e denunciado em 12 de junho pelo Ministério Público (MP) por homicídio qualificado, feminicídio, motivo fútil, à traição, emboscada ou dificultando a defesa da vítima.
Ele também responde pelo sequestro a filha de quatro anos e por desrespeito à medida protetiva, como prevê a atualização da Lei Maria da Penha em vigor desde abril deste ano. O objetivo da audiência foi colher mais provas do crime e decidir se o acusado vai ou não a júri popular.
Entre as testemunhas ouvidas estava Demétrius de Paula Lucas, amigo de Gilberto. Ele é o dono do carro usado no crime.
Segundo Demétrius, Gilberto pediu o carro para sair com uma menina. “Estou com a minha família e, de repente, o telefone toca. Era o meu irmão perguntando se eu estava sabendo do Gil. Eu neguei e foi quando soube que ele tinha assassinado a esposa e fugido com a filha”, contou.
A mulher que entregou um lanche na casa de Sthefania na noite do crime também foi ouvida na audiência. Ela viu o momento em que Gilberto aproveitou que a porta da residência estava aberta, invadiu o local e atirou na vítima de 29 anos.
Foi a primeira audiência de instrução do caso que aconteceu em abril deste ano. No total, 11 testemunhas de defesa e acusação foram ouvidas no Fórum de Santos Dumont. Outras duas testemunhas, que estão em Juiz de Fora, foram ouvidas por carta precatória.
O advogado de Gilberto Luiz Alexandre Botelho afirma que o acusado assume o crime. “Desde o primeiro momento, ele assume efetivamente que efetuou os disparos contra a vítima. No dia dos fatos, ele entra na casa da vítima e se depara com outro rapaz no local. Ele diz que se descontrolou e não se lembra do momento”, explica Botelho.
Gilberto e Sthefania foram casados durante cinco anos. Segundo a mãe de Sthefania, Elaine Parente, o relacionamento entre os dois era conturbado.
“Ela sofreu muito. Tenho fotos dela com partes do corpo roxas, ela não dormia mais. Esperamos que seja resolvido o mais rápido possível, que ele pague pelo que fez”, disse a mãe.
Segundo o juiz Marcelo do Valle Thomaz, somente após a confirmação da sentença é que será decidido se Gilberto vai ao tribunal do júri.
Fonte: G-1 Zona da Mata