Motorista envolvido em acidente que matou três pessoas em Campestre vai a júri popular
18/11/2018 05:26 em REGIÃO

 

Na próxima quarta-feira, 21 de novembro, às 8 horas, começa no Fórum da Comarca de Cataguases o júri popular sobre um caso que mobilizou a população da cidade. No banco dos réus estará sentado Sebastião Fabiano Lopes, 37 anos, que conduzia o carro que provocou um acidente na rodovia MG 285, próxima ao trevo de Santana do Campestre, distrito de Astolfo Dutra (23 km de Cataguases), ocorrido no dia 29 de janeiro de 2017. Sebastião fugiu do local sem prestar socorro às vítimas, posteriormente, prestou depoimento e, meses depois, foi preso.
 
imageNa ocasião, Sebastião (foto ao lado) dirigia um Elantra Hyundai com mais dois ocupantes quando, de acordo com a Polícia, trafegava na faixa oposta à sua mão de direção, momento em que colidiu com um Chevrolet Vectra que seguia em sentido contrário. Este veículo estava sendo conduzido por João Paulo de Oliveira Guarda, 33 anos, que morreu após ficar quase dois meses internado. Hugo Procópio Mota, 32 anos e uma criança - sua filha - que estava na barriga da mãe, também morreram no acidente. A mãe do bebê morto, Pâmela Altino dos Santos, 23 anos, sofreu lesões graves bem como Jéssica Condé Prata, 29 anos, e sua filha de 2 anos. 
 
O caso sensibilizou e mobilizou a população de Cataguases que chegou a participar de movimentos como uma passeata que percorreu as ruas do centro da cidade, pedindo justiça e a prisão do motorista. A Polícia Civil assumiu o caso através do delegado em Cataguases, Marcelo Manna. Com o avanço das investigações ele obteve da Justiça um mandado de prisão contra Sebastião Fabiano que o levou para a cadeia no dia 07 de julho de 2017 onde permanece até o momento. 
 
imageÀ época a Polícia Civil informou a este Site que o laudo pericial revelou que o carro dirigido por Sebastião estava na contramão no momento da colisão para efetuar uma "ultrapassagem forçada" ou para "fugir do radar" existente naquele local. Segundo o delegado, "o conjunto probatório comprovou que Sebastião agiu com dolo eventual, tendo em vista que estava alcoolizado e dirigia pela contramão em alta velocidade, razão pela qual assumiu o risco de provocar a morte daquelas pessoas que estavam no outro veículo", afirmou.
 
Ainda conforme informou Marcelo Manna este foi o quarto acidente em que Sebastião se envolveu. O primeiro aconteceu em Rodeiro/MG, com a morte de uma pessoa. O segundo foi registrado no dia 31/10/2016, quando também fugiu sem prestar socorro, dois meses depois, em 04/12/2016, protagonizou o terceiro acidente e, em janeiro de 2017, quando morreram três pessoas.
O JULGAMENTO
 
Sebastião Fabiano Lopes vai a júri popular por homicídio doloso, quando há intenção de matar. A Promotoria de Justiça Criminal da Comarca de Cataguases propôs a ação e vai contar com uma Assistente de Acusação contratada pela família das vítimas, a advogada Cíntia Garcia, que preferiu não dar detalhes sobre a linha de atuação escolhida para "evitar qualquer ação da Defesa no sentido de impugnar provas ou até mesmo para evitar o adiamento desta audiência". Ela, no entanto, reforçou a gravidade do crime cometido pelo réu "que levou à morte três pessoas após dirigir em alta velocidade, na contramão e por ser portador de deficiência física, seu veículo não possuía as adaptações exigidas por lei para que pudesse conduzí-lo", comentou.
 
imagePara fazer a defesa de Sebastião estará no Tribunal do Júri um criminalista de renome nacional. O advogado mineiro Zanone Manuel de Oliveira Júnior (foto ao lado), ganhou fama por atuar em casos de grande repercussão, sendo o último, a defesa de Adélio Bispo de Oliveira, homem que esfaqueou Jair Bolsonaro, em Juiz de Fora, durante a campanha eleitoral deste ano. Recentemente ele disse à BBC News Brasil que aceitou o caso como "estratégia de marketing". Ele também atuou nos casos do goleiro Bruno, defendendo o ex-policial civil Bola, sobre a morte da modelo Elisa Samudio, e, antes, da missionária americana Dorothy Stang, assassinada a tiros no Pará. (Fotos: Arquivo e G1)
 
Veja o que já foi publicado sobre o caso:
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Marcelo Lopes
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