"A conclusão dos lados periciais, dos relatórios de investigações das imagens de Câmeras de segurança dos locais onde ocorreram os dois homicídios e dos locais onde foram planejados, a perícia dos dados dos celulares dos policiais paulistas, trouxeram novos elementos e novas perspectivas sobre os fatos e sobre a responsabilidade de cada um dos envolvidos”, como consta no documento.
O Ministério Público (MP) concordou com a prorrogação por mais dez dias do inquérito, mas pediu a prisão preventiva dos envolvidos porque as provas comprovam a materialidade e os indícios de autoria de associação criminosa e homicídios. E ressaltou que a medida impedia que voltassem a se organizar e praticar delitos semelhantes e que em liberdade poderiam ameaçar e constranger testemunhas.
O advogado do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil do Estado de Minas Gerais (Sindipol), que representa os policiais mineiros presos, disse que ainda não teve acesso aos autos porque o processo estava em segredo de justiça.
A defesa de Jorge William Ponciano Rosa disse que ele está solto, porque o mandado de prisão temporária não foi cumprido e que vai entrar com habeas corpus para tentar reverter a decisão.
A defesa técnica dos delegados de Polícia Civil do Estado de São Paulo, Rodrigo Castro Salgado da Costa e Bruno Martins Magalhães Alves, esclareceu que ainda não foi intimada acerca do resultado da perícia e, tampouco, teve acesso ao seu conteúdo, o que impossibilita qualquer manifestação sobre o teor da transcrição apresentada.
Em nota, a defesa dos executivos paulistas, que contrataram a escolta, reafirma que eles foram vítimas de um golpe ao ir a Juiz de Fora negociar um contrato de empréstimo que seria realizado de maneira formal e dentro da lei. Reiterou que nunca houve negociação com dólares, conforme todos os depoimentos prestados à polícia. No texto, ressalta que o entendimento de que houve golpe fica claro com a prisão preventiva de policiais e de um advogado mineiros decretada pela Justiça na decisão desta terça-feira (11).
Por volta das 16h do dia 19 de outubro, ocorreu um tiroteio no estacionamento de um prédio anexo do Hospital Monte Sinai, em Juiz de Fora, que mobilizou as polícias Militar (PM) e a Civil da cidade. Inicialmente, a informação era de que a ocorrência envolvia policiais civis de São Paulo e de Minas Gerais.
Durante a investigação, foi descoberto que empresários de SP e um doleiro de MG também estavam envolvidos na ocorrência e que os tiros teriam começado devido a um "desacerto" por causa de R$ 14 milhões em notas falsas que o doleiro levava.
Os três policiais mineiros envolvidos na investigação respondem por prevaricação e outros cinco policiais de São Paulo seguem sob investigação.
No final do mês de outubro, o juiz Paulo Tristão negou o pedido da defesa dos policiais paulistas de transferência para o estado de São Paulo. Os dois delegados e os dois investigadores foram levados para um presídio específico para agentes públicos no Complexo Penitenciário Nelson Hungria, em Contagem (MG), e ainda há procedimentos em andamento.
A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) disse que aguarda a apuração do caso e que, se comprovados os desvios de conduta, os policiais envolvidos responderão administrativa e criminalmente, de acordo com os atos praticado por cada um.
Fonte: G-1 Zona da Mata