História do Município de Leopoldina
27/04/2019 05:54 em LEOPOLDINA

 

A Zona da Mata Mineira foi conhecida como ‘Áreas Proibidas” e ‘Sertões do Leste’. Era o caminho utilizado pelos contrabandistas de ouro para chegar ao Rio de Janeiro e foi vedada pelo governo para colonização.

No final do século XVIII a mineração estava em crise, fazendo com que muitas famílias buscassem terras férteis em áreas proibidas, dando inicio à colonização em nossa região – habitada até então por Índios Puris, que desapareceram com a chegada dos desbravadores.

Conta a lenda que no inicio do século XIX os tropeiros acamparam em uma clareira, ao lado de um córrego, onde foi aceso o fogo para fazer a comida e espantar os animais. O cozinheiro teria dormido e as chamas se apagaram, deixando cru o feijão que estava sendo preparado – daí a origem do nome do ribeirão que corta a cidade.  

Em 1813 foram doadas as primeiras sesmarias no território onde mais tarde viria a surgir o arraial do Feijão Cru, então pertencente ao termo de Barbacena, Comarca do Rio das Mortes.

A primeira matriz foi erguida onde atualmente é a escadaria da Catedral, em honra a São Sebastião, escolhido o padroeiro do povoado. O núcleo inicial da aldeia surgiu nas imediações do Rosário e, em seu entorno, estão os logradouros mais antigos da cidade, como as ruas do Rosário (atual Rua Tiradentes); Direita (atual Rua Gabriel Magalhães) e Riachuelo (atual Rua Joaquim Ferreira Brito).

luta pelos direitos da mulher. Em sua homenagem, a data de seu nascimento - 30 de abril é, no Brasil, o Dia Nacional da Mulher.

Vista panorâmica do Distrito de Providência - Foto: João Gabriel B. Meneghite


A histórica Fazenda Paraíso.



Ribeiro Junqueira

Ribeiro Junqueira fica a 16 quilômetros de Leopoldina e o seu acesso se dá pela rodovia BR-116, seguindo por uma rua pavimentada até o distrito. Existem rotas alternativas, a exemplo da rodovia MG-454, que faz ligação com o município de Recreio, além de outras estradas vicinais.

O distrito foi criado em 1878 como Campo Limpo, mas foi alterado o nome em 1948 para homenagear o Senador José Monteiro Ribeiro Junqueira.

A sua estação de trem foi inaugurada em 1874, com grande capacidade para estocar a produção de café dos agropecuaristas. No local, existiu uma agência alfandegária, onde eram inspecionadas as mercadorias a serem exportadas para a província do Rio de Janeiro.

A região é composta de muitas propriedades rurais que produzem leite, fornecidos para a Cooperativa dos Pequenos Produtores Rurais da comunidade.

Um dos eventos tradicionais realizados no distrito é o Concurso Leiteiro, onde também são realizadas muitas atrações musicais.

No futebol, teve equipes competitivas e formou jogadores de destaque no cenário nacional. O mais conhecido deles é Adevaldo Virgílio Neto, que jogou no Botafogo e foi campeão dos jogos Pan-americanos com a Seleção Brasileira, em 1963, em Tóquio, no Japão.

Outro destaque no futebol foi Anselmo Almeida, que jogou na Copa Libertadores das Américas pelo ‘Independiente de Medellín’.

Vista panorâmica do Distrito de Ribeiro Junqueira - Foto: João Gabriel B. Meneghite

 

Ribeiro Junqueira (Foto:Hugo Caramuru)

Tebas

O distrito de Tebas fica a 12 quilômetros da sede municipal e o seu acesso se dá pela rodovia BR-267.

Anteriormente, o local era conhecido como Santo Antonio do Monte Alegre, cujas terras pertenciam ao município de Leopoldina e o então distrito de Piedade, hoje Piacatuba.

Em 30 de novembro de 1880 foi criado o distrito de Tebas, cuja origem do nome é motivo de debate, sendo atribuído a uma cidade grega; também a um nome de um ribeirão; ou de origem da língua tupi, com sentido desembaraçado, forte, graúdo; outros dizem ser em homenagem a Manoel Joaquim Thebas, que teria doado terras para a construção da paróquia.

Curiosidade sobre  Tebas 
 
Com a Inconfidência Mineira, a Coroa portuguesa considerou infame até a quarta geração de Tiradentes, provavelmente fugindo de perseguições, parte de seus familiares vieram para Tebas. Sua última parente viva, nascida no distrito em 1890 e falecida em Leopoldina em 2001, aos 111 anos, foi a professora Carmem da Silva Xavier, prima em quarto grau do inconfidente. 

O local já foi sede temporária da administração municipal, pois, em 1894, houve uma epidemia de febre amarela que causou muitas mortes em Leopoldina.

A região tem muitos descendentes de italianos, pois fica próxima a Colônia Agrícola da Constança, formada em 1910 na região da Boa Sorte, onde foram vendidos lotes para os imigrantes trabalharem na lavoura e sustentarem as suas famílias. 

Os doces produzidos no distrito são muito conhecidos e já conquistou o paladar da Rainha da Inglaterra, Elisabeth II e do Papa João Paulo II.

O carnaval é um evento muito tradicional no distrito, que recebe turistas da região para curtir os tradicionais blocos. Outras festividades como o Concurso Leiteiro e eventos relacionados à gastronomia movimentam o turismo do local.

Vista panorâmica de Tebas - Foto: João Gabriel B. Meneghite




Piacatuba

Piacatuba fica localizado a 22 quilômetros da cidade sede.  A entrada principal para o distrito é pela BR-120, seguindo em direção a Rodovia Francisco Mendonça Gama. No acesso ao distrito encontra-se o Aeroporto da Vargem Linda.

Próximo à região da Laginha, está a Fazenda Experimental da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais – EPAMIG, onde são desenvolvidos trabalhos de reprodução de peixes de espécies nativas e ornamentais para fomento da piscicultura.
 
Anteriormente, aquele pequeno lugarejo era denominado Curato de Nossa Senhora da Piedade e pertenceu ao Termo de São João Nepomuceno. Tornou-se distrito em 1851 e foi incorporado ao território de Leopoldina em 1854. Só em 1923, o distrito de ‘Piedade’ passou a ser denominado Piacatuba, nome de origem tupi, cujo significado é: PIÁ = Coração; CATÚ = Bom; BÁ (em vez de ABÁ) = Lugar -  que significa “LUGAR DE GENTE DE BOM CORAÇÃO”.

Piacatuba tem como pano de fundo os casarões do século XIX, formando um belo cenário, sendo muito requisitado por produtores de cinema para ambientação de filmes e séries.

Ficou conhecido nacionalmente por sediar o Festival Viola e Gastronomia, alavancando o turismo do lugar, que conta com dezenas de pousadas para hospedagem dos visitantes.

Em seu território localiza-se a Usina Hidrelétrica Maurício, construída no Rio Novo, formando uma represa muito visitada por turistas, assim como a Cachoeira Poeira D’água, que são belezas naturais de Piacatuba.

A festa da ‘Cruz Queimada’ também tem sido um atrativo para os visitantes, que saem de longe, levando suas dádivas, em cumprimento a promessas atendidas. A lenda da cruz tornou-se símbolo religioso e local de peregrinação.


Rua das Pedras


Torre da Cruz Queimada - Acervo: Plínio Alvim/ Jornal Leopoldinense

 

 
COMENTÁRIOS
Comentário enviado com sucesso!