Um projeto irá desenvolver uma rota turística voltada para as cervejas artesanais em Juiz de Fora - e a notícia foi divulgada nestas segunda-feira (27), Dia Municipal da Cerveja Artesanal Mineira.
Segundo estimativa da União Cervejeira da Zona da Mata (UnicervaZM), o mercado das cervejas artesanais movimenta, atualmente, cerca de R$ 48 milhões por ano na cidade.
Mais de 15 cervejarias de Juiz de Fora estão registradas no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), gerando cerca de 120 postos de trabalho diretos e mais de 600 indiretos. A produção mensal é de cerca de 400 mil litros produzidos, o segundo maior volume do estado, atrás de Nova Lima. Outra estimativa da UnicervaZM aponta mais de 500 produtores caseiros.
De acordo com a gerente do Departamento de Incentivo ao Turismo (Ditur), da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Agropecuária (Sedeta), Tatyana Hauck Herdy Hill, o setor cervejeiro é um dos produtos turísticos da cidade que serão mapeados.
“Serão disponibilizadas – através de mapas dinâmicos, onde será possível estabelecer rotas – as cervejarias que oferecem o produto para venda, consumo e também para que o visitante tenha a experiência de conhecer todo o processo de produção da cerveja”, explicou, via assessoria.
O projeto coloca em prática a Lei Municipal 13.840, sancionada em fevereiro deste ano, que permite a criação de rotas turísticas e culturais das cervejas especiais no município, para “incentivar a cultura e a produção da cerveja especial juiz-forana; promover eventos ligados ao setor de cervejas especiais; desenvolver o turismo e a cultura cervejeira; e gerar emprego e renda”.
No Portal do Turismo da Prefeitura de Juiz de Fora estão cadastradas os endereços, horários de funcionamentos e contatos de 15 cervejarias artesanais da cidade.
Produção artesanal é realizada no convento de padres da Igreja da Glória — Foto: Reprodução/ TV Integração
A tradição da cidade para produção de cerveja vem de longa data. A primeira cervejaria mineira foi criada em 1861 pelo alemão Sebastian Kunz, onde hoje é o Bairro São Pedro.
A cena cervejeira atual retoma a década de 1920, quando o município já contava com mais de dez cervejarias em atividade, um movimento que teve início com a chegada dos povos germânicos.
Juiz de Fora abriga produtora centenária, instalada pelos padres holandeses no convento da Igreja da Glória, como mostrou esta reportagem exibida em 2015 no MG1.
Padre produz cerveja artesanal na Igreja da Glória, em Juiz de Fora
Pioneirismo e reconhecimento
Neste ano, quatro cervejas de Juiz de Fora foram premiadas, durante a 7ª edição do Concurso Brasileiro de Cervejas, dentro da programação do Festival Brasileiro de Blumenau, e considerado o maior da América Latina e o terceiro maior do mundo.
A cervejaria Antuérpia foi premiada com medalhas de ouro e bronze nas categorias “Experimental Beer” e “Juicy or Hazy Pale Ale”, respectivamente. Já a cervejaria Timboo levou a medalha de prata na categoria “Special Bitter or Best Bitter”. Além disso, a cervejaria Golem, que estreou no concurso, ocupou a segunda colocação na categoria “German-Style Leichtes Weizen” com a cerveja “Profana Weiss”.
Também no ano passado, a “flash fermentação”, técnica usada para acelerar a produção de cerveja foi apresentada durante um workshop e usada na Cervejaria Escola Mirante. Juiz de Fora é a primeira cidade a usar a nova tecnologia. O mestre cervejeiro Giancarlo Vitale Vitale explicou que a técnica permite um aumento na velocidade da fermentação, reduzindo de 15 para dois dias o tempo necessário para produção da cerveja. A tecnologia pode revolucionar a maneira de fazer a bebida no Brasil e no mundo.
Em maio de 2017, Juiz de Fora recebeu o reconhecimento do Arranjo Produtivo Local (APL) das Cervejarias da Zona da Mata pela importância da produção de cerveja artesanal. A cidade é a primeira de Minas Gerais a integrar a política pública de incentivo às atividades relacionadas à cadeia produtiva da cerveja.
Em 2016, o G1 fez uma reportagem abordando o crescimento de investimentos na produção de cerveja artesanal na região e à época a Associação de Microcervejeiros da Zona da Mata já contava com 180 cervejeiros.
Fonte: G-1 Zona da Mata