De quem afinal é a responsabilidade da preservação do patrimônio cultural?
10/06/2019 14:40 em LEOPOLDINA

 

Ao circular pelo centro de nossa cidade, observa-se, com frequência, a degradação de alguns imóveis seculares, de valor artístico e cultural, de propriedade particular ou pública, que lamentavelmente dão lugar a outras edificações. Estas surgem de maneira abrupta e se sobrepõem à paisagem vernacular, tradicional, desconsiderando todos os condicionantes conformadores do espaço urbano e sua história. Desse modo, a leitura espacial e sua compreensão ficam comprometidas, uma vez que os suportes físicos da memória das cidades são apagados, dando lugar a construções que não dialogam e não respeitam o meio existente.
Algumas iniciativas se fazem válidas ao resgatar e garantir a permanência da identidade cultural, além de incentivar outras ações que atuarão na manutenção da memória coletiva. O poder público estadual, através do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais –IEPHA/ MG, empenha-se na preservação e conservação de monumentos religiosos, civis, fazendas e inúmeros elementos artísticos integrados que compõem o rico acervo cultural mineiro, que carece de atenção e cuidados especiais em pareceria com os Conselhos Municipal do Patrimônio Cultural.
Equacionar a proteção do patrimônio cultural e a expansão urbana é um desafio não só do poder público responsável pela gestão das cidades, mas também dos cidadãos, principais guardiães e interessados no desenvolvimento do seu habitat com qualidade sustentável. De um lado, os poderes legislativo e executivo devem estabelecer uma ligação entre as políticas de uso e ocupação dos solos com a política de proteção do patrimônio cultural, na qual se estabelece os meios e mecanismos de proteção do acervo cultural, garantindo a eficácia no cumprimento do que é determinado em lei. A comunidade, por sua vez, deve se responsabilizar pela guarda e difusão deste acervo, entendendo-o como parte inerente de sua própria história.
Afinal, onde está o busto do Dr. Clóvis Salgado que estava aqui?

 

Fonte: Jornal Zona da Mata

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