Justiça realiza audiência sobre caso do tiroteio entre policiais de MG e SP em Juiz de Fora
11/07/2019 13:15 em REGIÃO

 

Uma audiência de instrução do caso envolvendo o tiroteio entre policiais civis mineiros e paulistas em 2018 está marcada para esta quinta-feira (11), no Fórum Benjamin Colucci, em Juiz de Fora. A sessão está prevista para começar às 14h, na 4ª Vara Criminal, presidida pelo juiz Cristiano Álvares Valladares do Lago.

A assessoria do Tribunal do Júri de Minas Gerais (TJMG) informou ao G1 que o caso está em segredo de justiça. Portanto, a sessão não será aberta. Além disso, os próximos passos da tramitação do processo dependem do que ocorrerá nesta audiência.

O TJMG também não divulgou quais são os depoimentos previstos. De acordo com o MG1, devem ser ouvidos os policiais Leonardo Soares Siqueira, de 43 anos, Marcelo Matolla de Resende, de 46 e Rafael dos Santos, de 30, que estão presos na Casa de Custódia em Belo Horizonte. Caso eles não compareçam ao Fórum, o depoimento será prestado na capital, por meio de carta precatória.

Em dezembro do ano passado, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) denunciou estes três policiais mineiros pelos crimes de latrocínio - roubo seguido de morte, organização criminosa, lavagem de dinheiro e fraude processual.

Para os promotores, o grupo de Minas Gerais armou uma emboscada para roubar dólares que os empresários de São Paulo levaram para negociar na cidade mineira. No desfecho da negociação, houve um tiroteio e duas pessoas morreram.

Outro envolvido na ação, um empresário de 66 anos, segue preso em Juiz de Fora.

Ainda sobre recentes decisões sobre o caso, no dia 25 de abril, o G1divulgou que o Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília, determinou que quatro policiais civis de São Paulo, que são dois delegados e dois investigadores, envolvidos no tiroteio voltassem a trabalhar, mas sem armas.

O que se sabe sobre o tiroteio

 

O que aconteceu?

Por volta das 16h de 19 de outubro, um tiroteio no estacionamento de um prédio anexo do Hospital Monte Sinai mobilizou as polícias Militar (PM) e Civil de Juiz de Fora. A informação inicial era de que a ocorrência envolvia policiais civis de São Paulo e de Minas Gerais.

O policial de Juiz de Fora, Rodrigo Francisco, morreu no local e duas pessoas não identificadas ficaram feridas e foram atendidas na unidade hospitalar. Uma delas teve alta e a outra morreu no dia 25 de outubro.

A investigação mostrou que empresários de SP e um doleiro de MG também estavam envolvidos na ocorrência. Os tiros começaram por causa de um "desacerto" por causa de R$ 14 milhões em notas falsasque o doleiro levava.

Para os promotores, o grupo de Minas Gerais armou uma emboscada para roubar os dólares que os empresários de São Paulo levaram para negociar na cidade mineira.

 

Quem são os envolvidos?

Nove policiais e dois empresários de São Paulo. Cinco policiais, um empresário, um advogado, um motorista, um comparsa e outra pessoa ainda não identificada de Minas Gerais.

Quem foi preso?

Quatro policiais civis de São Paulo - os investigadores Caio Augusto Freitas Ferreira de Lira e Jorge Alexandre Barbosa de Miranda e os delegados Bruno Martins Magalhães Alves e Rodrigo Castro Salgado da Costa - tiveram a prisão ratificada por lavagem de dinheiro. Eles foram soltos depois que o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Reynaldo Soares da Fonseca concedeu habeas corpus.

Três policiais civis mineiros - Leonardo Soares Siqueira, Marcelo Martolla de Resende e Rafael Ramos dos Santos. Eles foram transferidos para a Casa de Custódia, em Belo Horizonte.

Antônio Vilela, apontado como o proprietário do dinheiro falso, responderá pelo estelionato tentado. Ele retornou para o Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) de Juiz de Fora nesta terça (9), transferido de um presídio em Ribeirão das Neves (MG).

De quem eram os R$ 14 milhões em notas falsas?

O dinheiro falso pertencia ao doleiro mineiro Antônio Villela.

O que foi apreendido?

Além do dinheiro falso, foram apreendidas 16 armas, 16 celulares, um colete contra arma de fogo de uso restrito, distintivo de delegado da Polícia Civil e cartuchos, além de um cartão bancário e uma carteira de habilitação.

Quem morreu?

O policial civil de Juiz de Fora, Rodrigo Francisco, de 37 anos, morreu no local. O corpo dele foi velado e sepultado no Cemitério Municipal da cidade. Ele deixa esposa e uma filha de cinco anos.

O empresário, Jerônimo da Silva Leal Júnior, de 42 anos, morreu no dia 25 de outubro. Ele era dono de uma empresa de segurança e estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Monte Sinai.

 

 

Fonte: G-1 Zona da Mata

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