O julgamento teve início na manhã desta terça e a sentença foi proferida no Tribunal do Júri, pelo juiz Paulo Tristão, por volta das 19h. Durante a sessão, o juiz ouviu algumas testemunhas, entre elas a irmã do réu. Em seguida, defesa e acusação participaram de debate.
Após a audiência preliminar, em 2 de agosto, o juiz considerou que havia elementos suficientes na denúncia apresentada pelo Ministério Público (MP), baseada no inquérito da Polícia Civil para levar o caso a julgamento.
Durante o julgamento, em entrevista à TV Integração, o advogado de defesa, João Moreira, afirmou que Felippe Zampier não é réu confesso.
"Foi indução da própria da polícia e da Justiça. Ele interpretou mal a atitude que o pai teve. Não teve nada de confissão. Ele não matou", ressaltou a defesa.
O advogado de defesa informou que irá recorrer no Tribuna de Justiça de Minas Gerais (TJMG) para anulação do julgamento e apelar para um novo júri. Caso a Justiça não aceite, a estratégia da defesa é recorrer para uma redução da pena, já que Felippe é réu primário sem antecedentes criminais.
Conforme Moreira, Waldir Zampier, sacou a arma e, para se defender, o réu segurou a mão, juntamente com a arma. "O pai estava com uma dívida de mais de R$ 300 mil. Felippe estava sendo robô. Lamentavelmente isso não é papel de pai para fazer com filho", comentou.
Segundo o promotor de Justiça, Hélvio Simões Vidal, testemunhas informaram que o pai, embora fosse o proprietário da arma, ele não era visto andando com o objetivo.
"Ele não transitava com arma e Felippe sabia sim que vinha administrando mal os negócios do pai. Quando o problema aconteceu nos sustentamos que ele apossou da arma e atirou contra Waldir", argumentou.
Conforme o delegado responsável pela investigação, Luciano Vidal, o pai teria recebido uma ligação na obra em que ele trabalhava dando conta que havia uma dívida de R$ 20 mil em um banco no Bairro São Pedro, feita pelo filho, que tomava conta das finanças da empresa da família.
De acordo com as investigações, o crime ocorreu no interior do veículo do jovem. Waldir Jorge Zampier foi atingido por um disparo de arma de fogo na cabeça durante uma discussão. Ele ficou desaparecido de 24 a 30 de maio, quando foi encontrado em uma estrada de terra no Distrito de Sarandira.
No entanto, segundo o delegado, durante a análise de depoimentos que foram colhidos nas diligências, foram percebidas divergências em relação aos horários que Waldir Jorge teria estado pessoalmente com algumas pessoas. A última que ele teria encontrado seria o filho, estudante de Direito.
Vidal ainda revelou que imagens de sistemas de segurança ajudaram nas apurações e informou que os resultados dos laudos ficaram prontos. Entre eles, o de necropsia, que confirmou que o projétil de calibre 22, que vitimou o idoso, sendo do mesmo calibre de uma arma que a vítima tinha.
Fonte: G-1 Zona da Mata