Contagem: Médico da UPA Ressaca é preso após recusar atendimento a paciente, que acabou morrendo
23/10/2019 13:24 em REGIÃO

 

Um médico foi preso na noite desta terça-feira (22) por suspeita de omissão de socorro após a morte de um paciente na UPA Ressaca, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O paciente, de 72 anos, foi atendido por uma unidade do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levado ao pronto-atendimento, mas o médico plantonista recusou o atendimento, dizendo que a UPA não tinha leitos na emergência.

Quem acionou a Polícia Militar foram os enfermeiros do Samu. Eles relataram que atenderam o paciente, com insuficiência respiratória, no bairro Novo Progresso, e a central os orientou a buscar o pronto-atendimento mais próximo – no caso, a UPA Ressaca.

Ao chegar ao local, o paciente passou pela triagem e foi categorizado como grave, mas os enfermeiros foram informados pelo médico de que não havia possibilidade de atendimento a um caso de emergência. No boletim de ocorrência, consta relato dos profissionais do Samu de que o médico sequer teria se levantado da cadeira para ver a situação do paciente.

Diante da gravidade, a central do Samu encaminhou para a UPA uma Unidade de Suporte Avançado (USA), ambulância direcionada a casos graves. O veículo saiu do bairro Petrolândia, em Betim, e levou cerca de uma hora para chegar ao bairro Ressaca.

A equipe da USA verificou que o caso era grave, realizou um procedimento de reanimação cardiopulmonar, mas a vítima acabou morrendo dentro da ambulância. Segundo o boletim de ocorrência, a nora da vítima acompanhou todo o processo e confirmou as informações passadas pelos enfermeiros. 

Procurada pela reportagem, a Polícia Civil informou que na manhã desta quarta-feira (23) o procedimento referente ao caso ainda não havia sido concluído pela Delegacia de Plantão de Contagem. 

O secretário de Saúde de Contagem, Cléber de Faria Silva, afirmou que está buscando informações junto às pessoas que estavam na unidade. "Estamos em fase de apuração, estamos fazendo com muita responsabilidade, usando aquilo que é pertinente ao regimento interno do estatuto do servidor. Vamos tomar as providências respeitando e ouvindo todos os lados", garantiu o secretário.

Segundo ele, trata-se de um caso isolado e o médico preso está no sistema de saúde há muitos anos. "Nesse momento, qualquer conclusão da minha parte seria, no mínimo, precipitada".

 

 

Fonte: Hoje em Dia

COMENTÁRIOS
Comentário enviado com sucesso!