CPI é instaurada na Câmara Municipal para investigar irregularidades em Estação de Tratamento de Esgoto em Muriaé
31/10/2019 05:53 em REGIÃO

 

O Vereador Reginaldo Roriz protocolou nesta quarta-feira (30) na Câmara Municipal, um pedido de CPI para investigar os investimentos na construção da Estação de Tratamento de Esgoto, localizada às margens da BR 356, entre os bairros Porto e Padre Tiago.

A entrevista contou com a participação do vereador Júlio Simbra. Segundo os parlamentares, a instauração da CPI está baseada em um relatório da Controladoria Geral da União (CGU) acompanhado dos documentos envolvendo a licitação e execução da obra, obtidos através de requerimentos aprovados na Câmara Municipal ao longo deste ano.

Sete vereadores assinaram a instauração do pedido, o que de acordo com o regimento da casa é preciso seis parlamentares para a instauração da CPI, a primeira que será realizada na Câmara, segundo os vereadores.

Durante a entrevista, Reginaldo enfatizou um estudo feito em 2015 pela Agência Nacional de Águas (ANA) mostrando que todos os dias são despejados cinco toneladas e meia de esgotos no Rio Muriaé e que poderiam ser tratados se a ETE estivesse em funcionamento.

Ainda segundo o vereador, em 2016 a ETE foi inaugurada e custou aos cofres públicos 26 milhões de reais, entretanto, em uma auditoria feita pela CGU no inicio deste ano, apontou uma série de irregularidades, desde os processos licitatórios até a execução do projeto. Se o espaço estivesse funcionando corretamente, 80% do esgoto produzido em Muriaé seria tratado, o que colocaria o município num patamar em que poucas cidades no Brasil estão.

O parlamentar também disse que a ETE foi atestada como se estivesse funcionando, algo que nunca aconteceu desde sua inauguração.

“Nós estamos falando de 26 milhões de reais que literalmente, foram jogados no esgoto”, afirmou Reginaldo.

Sobre a ETE

A Estação de Tratamento de Esgoto principal, como é conhecida, iniciou sua construção em 2007 e foi inaugurada oito anos depois, em 2016, pelo então prefeito Aloysio Aquino.

De acordo com o projeto, o empreendimento seria responsável por tratar de 60% de todo esgoto que é despejado diariamente no Rio Muriaé.

Atualmente, pouco mais de 30% do esgoto é tratado no município.

Durante a entrevista, os vereadores falaram dos outros investimentos que foram realizados nos últimos anos e não entraram em funcionamento, como a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) na Barra e as casas do Vermelho II, que ao todo, são 565 imóveis que até hoje, devido uma série de irregularidades, não foram entregues as famílias, o que totaliza um prejuízo de mais de 60 milhões aos cofres públicos.

 

 



Fonte : Rádio Muriaé
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