Acesso alternativo da MG-133 deverá ser liberado nesta terça-feira
18/02/2020 05:42 em REGIÃO

 

Desvio passará bem ao lado de onde cratera foi aberta com as fortes chuvas do dia 29 de janeiro (Foto: Fernando Priamo)

 

A construção de um acesso alternativo na altura do km 21 da MG-133, que dá acesso ao município de Tabuleiro, foi finalizada nesta segunda-feira (17). O trecho estava interditado desde 29 de janeiro, em razão de uma cratera que se abriu em razão das chuvas que atingiram a região. De acordo com o prefeito de Tabuleiro, Dauro Martins (PP), apesar de alguns veículos já terem trafegado pelo trecho nesta segunda, conforme observado pela equipe da Tribuna, a área deverá ser liberada somente nesta terça pelo Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG). Ao jornal, a assessoria de comunicação do departamento confirmou a movimentação no local, no entanto, ponderou que a liberação oficial do desvio aconteceria após a devida implementação da sinalização e da limpeza do trecho.

 

Até lá, a orientação era de que apenas carros de passeio trafegassem pelo local. Porém, alguns caminhões já eram vistos utilizando o desvio durante o tempo em que a reportagem esteve no trecho. “Amanhã (terça) serão finalizados os trabalhos de calçamento de pedra e serão instaladas as placas indicativas, como passagem para um veículo só. Acabando aqui, eles (DER) partem para dar suporte à rodovia”, afirmou o prefeito. Dauro se refere a alguns pontos da MG-133 em que há quedas de barreira e grande quantidade de buracos, que também apresentam riscos aos condutores.

Na madrugada de 29 de janeiro, o asfalto cedeu e uma cratera se abriu, engolindo dois caminhões e dois carros de passeio. O acidente envolveu sete pessoas, causando a morte de Suziane Oliveira Neves, 37 anos, que passava de carro com o marido. Desde então, a área estava interditada, e a população dos municípios do entorno aguardava a conclusão do acesso alternativo. Na avaliação do prefeito de Tabuleiro, a obra, que começou no dia 1º de fevereiro, demorou a ser concluída. Inicialmente, a previsão era de que o desvio ficasse pronto ainda no início de fevereiro. Na sexta-feira, Dauro mostrou-se insatisfeito com o andamento dos trabalhos e afirmou que a Prefeitura estava cobrando agilidade do Estado em entrevista à Tribuna.

Em relação às obras de restauração do asfalto da rodovia, não foi divulgado prazo para conclusão. Conforme a assessoria de comunicação do DER-MG, devido ao período chuvoso, o órgão não tem condições de estipular data para conclusão dos trabalhos. O departamento reiterou que a prioridade, no momento, é a manutenção do desvio e a garantia de condições de tráfego no local.

Rota alternativa

À época do acidente, a empresa Unida Mansur e Filhos, que faz viagens entre Juiz de Fora e a região de Ubá e Rio Pomba, informou que as viagens para as localidades seriam mantidas. De acordo com um representante da empresa, os veículos passariam por Coronel Pacheco e, em seguida, por Goianá, com prolongação do percurso. Na viagem de Juiz de Fora a Tabuleiro, por exemplo, o novo trajeto teve quase o dobro da extensão original, passando de 60 quilômetros, aproximadamente, para 118. Ainda conforme a empresa, os passageiros seguiam pela MG-353 até Piraúba, avançando pela MG-285, posteriormente pela MG-265 até Rio Pomba e finalizando pela MG-133, em Tabuleiro.

O gerente de tráfego da empresa Unida, Aldair Roberto de Freitas, estava no local acompanhando o andamento das obras e informou que a expectativa é de que os ônibus consigam transitar pelo local a partir desta terça. “As viagens estão tendo um pouco de atraso, já que o trânsito foi deslocado. Mas finalmente está sendo liberado o trecho. No carnaval vamos operar normalmente, pois nós atendemos as cidades de Rio Pomba e Tabuleiro, onde normalmente o feriado tem um movimento bem forte.”

Expectativa para conclusão do desvio era alta entre moradores da região

A Tribuna também acompanhou, durante a tarde desta segunda, os trabalhos finais de construção do acesso alternativo. Por volta das 15h30, horário em que a reportagem chegou ao local da intervenção, a expectativa era alta entre os moradores que passavam pelo ponto e acompanhavam o andamento das obras. Para o operador de máquinas Edson Martins, a abertura do desvio era aguardada com ansiedade há dias por conta do medo do desabastecimento na cidade e dos atrasos por conta dos sucessivos desvios. “Vai melhorar muito a abertura aqui. Está muito difícil para nós. Quando chove não tem passagem e ficamos ilhados. Prejudicou muito o pessoal do comércio de beira de caminho. Na cidade não prejudicou muito, mas estava começando, por conta do desabastecimento. O pessoal da saúde é o mais prejudicado. Estão tendo que sair de casa 3h para fazer tratamento e chegando em casa 19h.”

Segundo o comerciante Carlos Alberto Ferreira, problemas relacionados às entregas de cargas ainda não o afetaram, entretanto, a impossibilidade de ir com facilidade a Tabuleiro, por conta das complicações no trecho, segue como a maior dificuldade. “Meu filho Sebastião faz Direito em Juiz de Fora e deve ter uns 15 dias que não está conseguindo vir para cá. Estamos na esperança que a partir de amanhã esteja tudo tranquilo e que no próximo fim de semana ele possa vir.”

Enquanto a Tribuna acompanhava os trabalhos no local, uma das carretas que transportava material para a obra ficou presa na margem da via impossibilitando a continuidade da intervenção. O maquinário precisou ser mobilizado para guinchar o veículo atrasando o andamento dos serviços no trecho.

Carreta que ajudava nos trabalhos ficou presa às margens da via e precisou ser guinchada, atrasando o serviço (Foto: Fernando Priamo)

Com o atraso, o primeiro carro passou pelo desvio por volta de 17h30. Renato de Paula, motorista de uma clínica médica de Mercês, município distante cerca de 110 quilômetros de Juiz de Fora, é um dos muitos condutores obrigados a estender o trajeto diário por conta da queda de parte da pista. Ele foi o primeiro condutor a trafegar pelo local após a liberação parcial do desvio. “Demorou um pouco para liberar, mas vai melhorar bastante agora”, comentou. Conceição Batista, uma das passageiras que seguia no veículo e faz tratamentos de saúde durante a semana em cidades da região, comemorou a liberação do trecho.”Faço tratamento em Juiz de Fora e Ubá. Estava estressante ter que desviar, mas agora se Deus quiser vai ficar melhor.”

Salvo por 10 minutos

Um que também aguardava a liberação do trecho era Rodrigo Gasparoni, que trabalha prestando serviços à uma transportadora. O motorista cruzava o local três vezes por semana antes da interdição e passou pelo ponto no dia 29, cerca de 10 minutos antes da tragédia acontecer, segundo ele. “No dia do acontecimento eu vinha de Juiz de Fora e estava chovendo demais ao ponto de eu não conseguir enxergar quase nada. Fique sabendo do ocorrido no outro dia. Eu encontrei com os caminhões que caíram na cratera na estrada.” Ainda segundo ele, a rota alternativa, passando por Guarani, apresenta muitos problemas, o que o fez optar por tentar utilizar o desvio nesta segunda. “Está sendo um transtorno. Quando passo por Piraúba são muitos buracos. Está terrível passar por lá e, por isso, hoje eu arrisquei passar por aqui. Está aumentando em 20 quilômetros o meu trajeto.”

 

Fonte: Tribuna de Minas

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