A vida na estrada sempre foi muito difícil, são inúmeros problemas enfrentados pelos caminhoneiros, como a dificuldade de encontrar pontos de parada para descanso - isso em tempos normais. Com a crise gerada pela pandemia do Covid-19, o novo Coronavírus, muitos estabelecimentos comerciais na beira de estrada estão fechados e eles estão com dificuldade de encontrar locais para se alimentarem.
Depois que viu um vídeo circulando nas redes sociais de um caminhoneiro emocionado com a atual situação, Rosania Madsen resolveu mobilizar a família, amigos e até o grupo de WhatsApp da escola para viabilizar uma campanha.
Aos poucos, mais voluntários foram aparecendo e, com isso, na primeira fase da campanha, realizada no dia 26 de março, conseguiu preparar 50 quentinhas para distribuir às margens da principal rodovia federal que corta o município de Leopoldina, a BR116, antiga Rio-Bahia. No dia seguinte, mais 50 foram distribuídas e a expectativa para a segunda-feira (30) é de produzir mais 100 unidades.
"Eles transportam o que é consumido pelo povo brasileiro, levam alimento para nossas casas. Tenho muito respeito por essa classe, pois meu esposo foi caminhoneiro, tenho um irmão que também é. Entrei em contato com ele para saber a realidade e me confirmou a dificuldade que muitos estão tendo", comentou.
Rosania relatou que morou na Dinamarca por muitos anos e lá trabalhou em projetos sociais para refugiados da guerra do Irã. Tornou-se Evangélica e voltou para a sua terra natal, Leopoldina (MG), como missionária da Igreja. "Minha mãe ensinou aos filhos fazerem o bem desde pequena", comentou.
Ela fez questão de agradecer todos que ajudaram direta e indiretamente com a ação, como as suas irmãs Guiomar e Mirley, além de sua mãe Francisca, que ajuda na preparação dos alimentos; Aos seus filhos que moram da Dinamarca que, mesmo de longe, apoiam o projeto; Às mães de alunos integrantes do grupo 'Mãe Superpoderosas' do Apogeu Novo Horizonte, aos moradores do bairro Três Cruzes, em especial a Ana do Délio; a Polícia Rodoviária Federal, entre outros que incentivam a campanha.
"Está sendo muito gratificante! Ouvi depoimentos relatando que muitos estão há dois dias sem comer. Muitos querem pagar pela marmita, mas ficam surpresos quando são informados que são gratuitas", disse.
Fonte: Jornal Leopoldinense