Os trabalhadores da planta industrial da Mercedes-Benz de Juiz de Fora decidiram aderir aos termos da Medida Provisória (MP) 936/2020 e aprovaram, nesta quarta-feira (29), a proposta que visa suspensão contratual por até 60 dias, além da redução de 25% das horas trabalhadas entre maio e julho. Em contrapartida, a empresa irá garantir a estabilidade de emprego aos funcionários da cidade até 31 de dezembro de 2020.
Por meio de sua assessoria de imprensa, a Mercedes-Benz informou em nota que, a partir de segunda-feira (4 de maio), a fábrica volta a preparar as atividades gradualmente. Já a produção de cabinas de caminhões será retomada na unidade a partir do dia 11 de maio. Entre as deliberações, o acordo entre a montadora e o Sindicato dos Metalúrgicos de Juiz de Fora e Região prevê que, entre maio e junho, ocorra a suspensão temporária de contratos de trabalho para cerca de 50% dos trabalhadores diretamente ligados à produção. No final deste prazo, a outra metade dos colaboradores também terá seus contratos suspensos, entre julho e agosto. Conforme a empresa, a redução dos salários seguirá o patamar salarial dos empregados.
Já os funcionários do setor administrativo, que não estejam ligados à produção, terão redução de jornada de trabalho de 25% entre maio e julho, e consequente redução salarial, também de acordo com os respectivos salários. Ainda segundo a Mercedes, quando possível, os funcionários administrativos seguirão trabalhando em home office, conforme recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS). Também no texto, a empresa afirmou que, com o acordo, “vai garantir estabilidade de emprego até 31 de dezembro de 2020 para os profissionais da planta de Juiz de Fora”.
‘Garantia de emprego é valiosa’
De acordo com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, João César da Silva, com a aprovação da proposta pelos trabalhadores, a categoria deverá redigir e assinar os termos na próxima semana. Na avaliação de Silva, um dos principais pontos do acordo está relacionado à garantia de emprego para os funcionários até 31 de dezembro. “Essa garantia de emprego é extremamente valiosa nesse momento, que assim a gente ganha um fôlego para, depois, discutir o ano de 2021, pois imaginamos que ainda terá reflexo no ano que vem.”
O acordo também previa a prorrogação temporária dos contratos que estavam próximos ao fim do prazo. Em razão da pandemia do coronavírus, a data-base da categoria foi prorrogada para agosto, quando as partes devem iniciar as negociações sobre as correções inflacionárias. Segundo o presidente do sindicato, as medidas permitirão ter uma visão mais precisa para retomarem as discussões após este período. “Desta forma, garantimos aos trabalhadores remuneração e garantimos emprego, e temos uma perspectiva de, até o final do ano, termos um cenário mais claro do que vai acontecer pós-pandemia. Essa é nossa preocupação, o que vai acontecer depois. Aí precisaremos avaliar as consequências do tamanho desse estrago na economia do mundo.”
Fonte: Tribuna de Minas
