Hotéis entram na lista de serviços essenciais do Minas Consciente
REGIÃO
Publicado em 21/05/2020

 

A rede hoteleira passa a compor a lista de serviços considerados essenciais pelo Governo estadual, por meio do plano Minas Consciente, que possibilita a retomada das atividades de setores produtivos de forma setorizada. A informação foi repassada pelo secretário de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Agropecuária (Sedeta) da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), Rômulo Veiga, em entrevista à rádio CBN na manhã desta quinta-feira (21). Conforme o representante da pasta, a medida foi possível após deliberações do Comitê Extraordinário Covid-19 da Secretaria de Estado de Saúde (SES/MG).

O Minas Consciente divide as atividades econômicas em quatro “ondas”: onda verde, que permite o funcionamento de atividades essenciais; onda branca, atividades de baixo risco; onda amarela, atividades de médio risco; e onda vermelha, atividades de alto risco. Com as novas deliberações, os hotéis saem da onda vermelha, de alto risco, e passam a compor a onda verde do programa. “Os hotéis, inicialmente, estavam excluídos como atividades essenciais, o que diverge do entendimento do Município de Juiz de Fora, uma vez que os hotéis, inclusive, vêm sendo utilizados em diversos lugares como equipamento de enfrentamento à Covid-19”, explicou o secretário.

 

Isto porque os estabelecimentos podem ser usados para a estadia de equipes médicas, expostas diariamente aos riscos do novo coronavírus, de forma a evitar a transmissão para seus familiares. Com este entendimento, a PJF levou a sugestão ao Governo estadual, que deliberou no Comitê Extraordinário e aderiu à proposta. “Ontem (quarta-feira, 20), nos passaram que o pleito foi acolhido e hotéis vão ser vistos, agora, como atividades essenciais também”, disse Veiga durante a entrevista. “Levamos esse pleito entendendo que os hotéis fechados traziam mais riscos ao combate ao Covid-19 do que qualquer benefício.”

Mudança de onda

O plano estadual define uma série de indicadores de capacidade assistencial e de incidência da pandemia, que deverão ser cumpridos para a transição de uma onda para outra. Questionado sobre as taxas de ocupação de leitos de UTI no município e como podem contribuir para o processo de retomada das atividades econômicas, o titular da Sedeta, Rômulo Veiga, destacou que os números dos leitos não são os únicos fatores a serem levados em conta. Pelo SUS, Juiz de Fora começou o enfrentamento ao coronavírus com 108 leitos de UTIs. Hoje, conta com 154, aumentando em 40% a capacidade do Município. Somando também os leitos da rede privada, atualmente, a cidade tem 245 leitos de UTIs no total. “Toda vez que amplio leito – que é uma coisa positiva -, cai a taxa de ocupação, mas não significa que a situação epidêmica está melhor. O que vai dizer são outros indicadores, como a curva de casos, e a curva de casos em Juiz de Fora continua crescente.”

Conforme o secretário, é preciso levar em conta o número de casos antes de mudar de onda do plano Minas Consciente. “É necessário, primeiro, que a curva de casos incline para baixo. Não só desacelere, mas que comece a mostrar menos casos novos semanais para dar segurança de que o pico epidêmico acabou.”

De acordo com decreto municipal, que oficializou a adesão de Juiz de Fora ao Minas Consciente e estabeleceu os procedimentos operacionais, a Secretaria de Saúde será responsável por monitorar os indicadores epidemiológicos e a capacidade assistencial de saúde do município – proporção de leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) ocupados, tempo médio de atendimento às solicitações de internações em leitos de UTI, comportamento da curva de casos confirmados e estimados, entre outros.

Onda vermelha ‘surpreendeu’ sindicato

 

Como pontuou Veiga, a solicitação em relação ao funcionamento dos hotéis partiu de discussões com a rede hoteleira da cidade, além de estudos da administração municipal para estruturar ações com estes estabelecimentos. À reportagem, o coordenador-executivo do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Juiz de Fora, Rogério Barros, informou que, quando houve a divulgação do plano Minas Consciente, a categoria ficou “surpresa” pelos hotéis serem incluídos na onda vermelha. “Os hotéis, hoje, estão imprescindíveis para a classe médica, além de haver pessoas que habitam esses lugares.”

Segundo Barros, o Sindicato buscou interferência da Prefeitura junto ao Governo estadual para solucionar a questão. “Aqui não está se falando em ganhar dinheiro. No momento, a preocupação dos hotéis é de prestar o serviço à sociedade médica e àquelas pessoas que não tenham onde residir”, diz. A categoria aguarda, desta forma, a alteração do decreto municipal que permitirá o funcionamento dos hotéis na cidade.

 

Fonte: Tribuna de Minas

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