Durante transmissão ao vivo para o Grupo Solar de Comunicação, na manhã desta terça-feira (2), o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), anunciou o recebimento do Ministério da Saúde de 510 mil testes para identificar o novo coronavírus. Os equipamentos serão distribuídos para todas as regiões do estado. Durante a live, o governador ainda esclareceu dúvidas em relação ao cenário do coronavírus e sobre o plano Minas Consciente, que possibilita a retomada das atividades de setores produtivos de forma setorizada.

Nesta terça, a Tribuna publicou uma reportagem mostrando que mais de 80% dos casos de síndrome gripal ficam sem testagem em Minas. Além disso, em 2020, o estado teve aumento de 648,61% no número de mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em comparação com a média dos três anos anteriores, como apontou um levantamento realizado por cientistas da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).

Na live, Zema admitiu o baixo número de diagnósticos realizados no estado, em comparação com outras regiões do país, entretanto, afirmou que todos os óbitos são investigados. “Até o momento, realmente Minas testou menos do que a média do Brasil, mas posso dizer que ninguém que estava apresentando sintomas ficou sem testar – porque nós sempre tivemos uma capacidade ociosa – e nenhum óbito suspeito também ficou sem testes”, diz. “A questão de subnotificação pode, sim, existir no caso de pessoas assintomáticas, mas no caso de óbitos, posso afirmar que não, porque todos foram testados.”

‘Trabalho satisfatório’

Para o governador, Minas Gerais conseguiu realizar um “trabalho satisfatório” no combate ao Covid-19. Como destacou Zema, três fatores podem ter contribuído para tais resultados: medidas de isolamento social e suspensão de atividades quando a pandemia ainda não se encontrava em estágio avançado; adesão dos mineiros ao regime de isolamento social; e a demografia, onde 80% da população se encontra no interior do estado, diferente de outras unidades de federação onde há maior concentração nas capitais. “Nosso estado, hoje, só é superado em taxa de óbitos por 100 mil habitantes pelo estado do Mato Grosso do Sul, por uma diferença que não é tão grande assim”, aponta. “A pandemia é como um incêndio: se você age rápido, você, de certa maneira, tem controle desse incêndio.”

Apesar da condução até o momento, Zema demonstra apreensão quanto ao aumento no número de casos da doença em todo o estado. “Os dados de Minas tem deteriorado nos últimos dias. Isso tem nos causado muita preocupação. O sucesso que tivemos até agora não pode refletir em relaxamento. Nós temos que continuar fazendo tudo o que está ao nosso alcance, como o isolamento social, e as pessoas devem manter o distanciamento e o uso de máscara.”

Minas Consciente

Durante a transmissão, foi questionado sobre como o Estado tem recebido as sugestões dos municípios em relação a alterações no Minas Consciente. O governador Zema reconheceu que o projeto carece de aperfeiçoamentos e que o mesmo deve ser aprimorado com o tempo. “Temos casos onde em uma macro região, algumas cidades têm alto número de infectados e outras não, e ele (Minas Consciente) trata igualmente as cidades que estão em uma macro região. Nós temos que saber começar a separar essas diferenças para que ele capte o melhor possível, e não que fique sendo uma regra que pode servir alguns e é estendida indevidamente para outros.”

Segundo Zema, a equipe técnica da Secretaria Estadual de Saúde elaborou protocolos, entretanto, pode existir divergências entre especialistas. A permissão para funcionamento de bares e restaurantes, mas não para bancas de jornais, foi um dos pontos debatidos. “O bom senso indica que uma banca de jornal seria menos arriscada do que um bar, e eu concordo, mas têm especialistas que dizem que não, que por esse ou outro motivo deve-se privilegiar bar ou restaurante que estão adotando tais medidas, e não a banca de jornal”, explica. Segundo o governador, ao aderir ao Minas Consciente, as prefeituras se comprometem a seguir as regras disponibilizadas.

Fonte: Tribuna de Minas