OPINIÃO: Medidas extremas que geram mais problemas
11/06/2020 06:17 em LEOPOLDINA

 

Não é novidade que no caos tem sido a forma de viver ou sobreviver por parte de uns e outros cidadãos. Cada um tem uma maneira de viver e de aplicar às pessoas ao seu redor algum tipo de regra, visando se esquivar da realidade que é nua e crua quase sempre. 

 

 
Os dados sobre o Covid-19 vieram crescendo no município após a segunda quinzena de Maio e acabou criando um certo alarme em toda cidade, onde desde os comentários aos atos de fato tomados pelo poder público, a cidade se vê no meio do caos da pandemia e as distorções de ideias para evitar mais prejuízos. Consequências virão de todos atos e serão comuns.
 
Nesta última terça-feira 9/6, o município de Leopoldina foi pego de surpresa com uma decisão do Prefeito José Roberto de Oliveira na tentativa de parar o contágio por Coronavírus na cidade bloqueando o acesso ao Morro do Cruzeiro. 
 
Notavelmente, uma grande parcela da população leopoldinense acabou ficando furiosa e questionou a postura do prefeito, visto que o local possui diversas antenas que servem o município em toda comunicação. Antenas para reprodução local de televisão, telefonia móvel, internet, emissoras de rádio e energia. A situação conforme foi emitida pela Assessoria de Imprensa da Prefeitura Municipal de Leopoldina com fotos de Rodrigo Rodrigues e publicada no Jornal Leopodinense, revelam o quanto isso pode ser danoso à população leopoldinense, especialmente aos funcionários das empresas que terão que prestar serviço no Morro do Cruzeiro.
 
Fechar o Morro do Cruzeiro totalmente é fora do normal. O turismo por enquanto pode esperar, mas a informação não pode ser impedida por outras razões. Portanto, o acesso deveria estar livre e com restrições.
 
A meu ver, falta sintonia na administração municipal em relação às leis do país neste período e suas aplicações. A exemplo disso, os serviços de telecomunicações, energia, serviços considerados essenciais não podem ser impedidos o funcionamento conforme o Decreto Federal nº 10.282, Artigo 3º, inciso 1º e linhas VI, VII e X. Para tanto, o acesso ao Morro do Cruzeiro deveria ser limitado a funcionários das empresas prestadoras de serviço, e, o ato do prefeito demonstra desconhecimento ou desobediência às regras previstas aos serviços essenciais. 
 
Vale destacar que o Comitê Extraordinário Covid-19 do Estado de Minas Gerais também emitiu parecer no documento nº 17 de 22 de Março de 2020 que, o serviço essencial deve permanecer em funcionamento, conforme Caderno 1, página 7, Sessão III, Artigo 8º, linha XI que foi publicado no Diário Oficial de Minas Gerais.
 
Nesse ato, compreendo que os excessos podem gerar ainda mais danos, visto que não há um consenso social sobre muita coisa na cidade. Me parece produzido sem consultas às pessoas experientes, visionárias e profissionais das áreas respectivas, mas circunscrita a um grupo menor, que não possui características e visão das coisas conforme parte da sociedade questiona.
 
Na minha compreensão, a região deveria ser monitorada com vigilância armada e com câmeras de segurança 24 horas por dia, sendo instalada porteira com cadeado na sua entrada e apenas funcionários das empresas que prestam serviço no local estariam autorizados a entrar. Neste caso, cada empresa teria uma chave de acesso sem nenhum problema.
 
Na nossa compreensão, as regras precisam ter objetividade. O Morro do Cruzeiro é importante para o turismo leopoldinense, mas no momento o assunto é proteger os cidadãos coibindo aglomerações, e nesta decisão o prefeito acertou, porém errou na medida do remédio. Foi usando medidas erradas que o caos se instalou em muitos lugares e precisamos ter mais atenção antes de tomá-las.
 
Continuando assim, o prefeito não ganha a confiança nas ações e ainda gera mais conflitos na aplicação dos protocolos, visto que a cada dia os números crescem, o medo impera, os conflitos sociais aumentam (violências diversificadas, problemas financeiros e de saúde pública, negligência do poder público em não dar condições aos populares nas unidades de saúde dos bairros e que acaba colocando todos em frente à Casa de Caridade Leopoldinense a espera de consultas, local que deveria ser evitado), portanto é preciso rever urgentemente, antes que se torne vexatório a reabertura por meio de decisão judicial, é o que promete ocorrer nos próximos capítulos da pandemia em Leopoldina.

Conforme a imagem, o local não possui nenhum meio de entrada para manutenções.

 
por Josué Oliveira - Leopoldina News - atualizado em 10/06/2020 às 18:51
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