Detentos de Ponte Nova farão curso superior a distância
11/06/2020 06:25 em REGIÃO

 

O Complexo Penitenciário de Ponte Nova (CPPN), localizado na Zona da Mata, acaba de inaugurar dois espaços que poderão ser utilizados para atividades educacionais: o polo universitário e o núcleo de ensino.

O polo é resultado de um termo de cooperação técnica entre a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), por meio do Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG), e a Universidade Norte do Paraná (Unopar). A iniciativa vai beneficiar, inicialmente, duas detentas e 17 detentos da unidade prisional, com bolsas de estudo parciais.

 

Os 19 futuros alunos já estão pré-matriculados nos seguintes cursos: Administração, Gestão de Produção Industrial, Teologia, Marketing, Gestão Ambiental, Pedagogia, Letras, Logística, Gestão Hospitalar, Geografia e Recursos Humanos. A partir do Enem Prisional ou do vestibular da instituição, eles obtiveram notas para entrada na universidade. Por serem do regime fechado, a instalação do polo universitário lhes dará a chance de fazer um curso superior.

O núcleo de ensino, por sua vez, foi implantado por meio de verbas da própria unidade prisional.

A diretora de Atendimento do Complexo Penitenciário, Aline Araújo, reforça que a educação é o caminho para os presos terem um futuro melhor. A servidora tem 11 anos de experiência na unidade prisional e analisa a parceria do Depen-MG com a Unopar como uma grande conquista. “Esse salto para o ensino superior é muito importante para o preso, seus familiares e a sociedade. Estamos quebrando preconceitos”, destaca.


Estrutura

As duas obras foram executadas com mão de obra dos detentos da unidade prisional. Estes dois novos espaços de conhecimento e formação educacional foram denominados Projeto Athena, em homenagem à deusa grega da sabedoria, da inteligência e das artes.


A universidade parceira reformou integralmente uma sala do Complexo Penitenciário e a equipou com mesas individuais, área de estudo e cinco notebooks, com acesso somente a conteúdos pedagógicos. Os alunos também receberão material didático impresso, para que possam aproveitar todo o tempo disponível, fora do horário de acesso aos computadores.

No polo universitário, o preso poderá fazer cursos a distância de outras instituições de ensino. Existe, ainda, a possibilidade de eles prestarem novamente o Enem Prisional, para tentarem a obtenção de bolsas de estudo com descontos maiores.

 

O gestor do polo da Unopar no Complexo Penitenciário, Pedro Victor Rodrigues, considera o projeto uma importante conquista para a formação educacional das pessoas privadas de liberdade. “Estamos muito orgulhosos da implantação dos cursos a distância dentro da unidade prisional. É uma iniciativa pioneira na nossa instituição”, afirma.

Já o núcleo de ensino conta com sala para a pedagoga da unidade e um espaço multiuso, no qual há uma estante com livros de literatura e obras de referência e mesas para estudos individuais e em grupo. Também está prevista a instalação de computadores para realização de cursos técnicos, por meio do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais (IFMG) - Campus Ponte Nova.

Reencontro

 

Douglas Freitas, 29 anos, está preso há um ano e cinco meses no Complexo de Ponte Nova e foi lá que obteve o certificado de conclusão do ensino médio, por meio do Exame Nacional de Certificação de Competência de Jovens e Adultos (Enceja). Ele voltou a estudar dentro do complexo, no segundo endereço da Escola Estadual Professor Raymundo Martiniano Ferreira. Após a certificação, prestou o Exame Nacional do Ensino Médio para detentos do Sistema Prisional (Enem PPL) e conseguiu classificação para o curso de Gestão de Produção Industrial.

 

O detento atribui grande parte do seu empenho nos estudos a um encontro inusitado. “Meus professores de artes e matemática, do tempo de adolescente, trabalham atualmente na escola do presídio. Reencontrá-los, em sala de aula, foi uma forte emoção. Eles me incentivaram a persistir nos estudos e seguir em frente”, relata Douglas Freitas.

 

Ana Paula Lisboa, 25 anos, é outra futura estudante e fará o curso de Gestão Hospitalar. “Muita gente pensa que ser preso representa o fim. Para mim, foi o recomeço. Vou agarrar com tudo a oportunidade de fazer um curso superior”, revela.

Outro detento que concluiu o ensino médio na unidade prisional foi Maurício Caetano Fonseca, 23 anos. Ele optou pelo curso de Pedagogia por acreditar na Educação como uma forma de transformação das pessoas e do mundo. “Minha escolha teve também a influência da nossa pedagoga, Rita de Cássia, que com seu profissionalismo e dedicação conquista os alunos. Senti vontade de seguir seu exemplo”, conta o futuro pedagogo.


Dos 19 detentos classificados para os cursos de graduação a distância da Unopar, oito concluíram o ensino médio na escola estadual instalada no Complexo Penitenciário de Ponte Nova, que dispõe de quatro salas de aula.O Complexo Penitenciário de Ponte Nova (CPPN), localizado na Zona da Mata, acaba de inaugurar dois espaços que poderão ser utilizados para atividades educacionais: o polo universitário e o núcleo de ensino.


O polo é resultado de um termo de cooperação técnica entre a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), por meio do Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG), e a Universidade Norte do Paraná (Unopar). A iniciativa vai beneficiar, inicialmente, duas detentas e 17 detentos da unidade prisional, com bolsas de estudo parciais.

 

Os 19 futuros alunos já estão pré-matriculados nos seguintes cursos: Administração, Gestão de Produção Industrial, Teologia, Marketing, Gestão Ambiental, Pedagogia, Letras, Logística, Gestão Hospitalar, Geografia e Recursos Humanos. A partir do Enem Prisional ou do vestibular da instituição, eles obtiveram notas para entrada na universidade. Por serem do regime fechado, a instalação do polo universitário lhes dará a chance de fazer um curso superior.

O núcleo de ensino, por sua vez, foi implantado por meio de verbas da própria unidade prisional.

A diretora de Atendimento do Complexo Penitenciário, Aline Araújo, reforça que a educação é o caminho para os presos terem um futuro melhor. A servidora tem 11 anos de experiência na unidade prisional e analisa a parceria do Depen-MG com a Unopar como uma grande conquista. “Esse salto para o ensino superior é muito importante para o preso, seus familiares e a sociedade. Estamos quebrando preconceitos”, destaca.


Estrutura

As duas obras foram executadas com mão de obra dos detentos da unidade prisional. Estes dois novos espaços de conhecimento e formação educacional foram denominados Projeto Athena, em homenagem à deusa grega da sabedoria, da inteligência e das artes.


A universidade parceira reformou integralmente uma sala do Complexo Penitenciário e a equipou com mesas individuais, área de estudo e cinco notebooks, com acesso somente a conteúdos pedagógicos. Os alunos também receberão material didático impresso, para que possam aproveitar todo o tempo disponível, fora do horário de acesso aos computadores.

No polo universitário, o preso poderá fazer cursos a distância de outras instituições de ensino. Existe, ainda, a possibilidade de eles prestarem novamente o Enem Prisional, para tentarem a obtenção de bolsas de estudo com descontos maiores.

 

O gestor do polo da Unopar no Complexo Penitenciário, Pedro Victor Rodrigues, considera o projeto uma importante conquista para a formação educacional das pessoas privadas de liberdade. “Estamos muito orgulhosos da implantação dos cursos a distância dentro da unidade prisional. É uma iniciativa pioneira na nossa instituição”, afirma.

Já o núcleo de ensino conta com sala para a pedagoga da unidade e um espaço multiuso, no qual há uma estante com livros de literatura e obras de referência e mesas para estudos individuais e em grupo. Também está prevista a instalação de computadores para realização de cursos técnicos, por meio do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais (IFMG) - Campus Ponte Nova.

Reencontro

 

Douglas Freitas, 29 anos, está preso há um ano e cinco meses no Complexo de Ponte Nova e foi lá que obteve o certificado de conclusão do ensino médio, por meio do Exame Nacional de Certificação de Competência de Jovens e Adultos (Enceja). Ele voltou a estudar dentro do complexo, no segundo endereço da Escola Estadual Professor Raymundo Martiniano Ferreira. Após a certificação, prestou o Exame Nacional do Ensino Médio para detentos do Sistema Prisional (Enem PPL) e conseguiu classificação para o curso de Gestão de Produção Industrial.

 

O detento atribui grande parte do seu empenho nos estudos a um encontro inusitado. “Meus professores de artes e matemática, do tempo de adolescente, trabalham atualmente na escola do presídio. Reencontrá-los, em sala de aula, foi uma forte emoção. Eles me incentivaram a persistir nos estudos e seguir em frente”, relata Douglas Freitas.

 

Ana Paula Lisboa, 25 anos, é outra futura estudante e fará o curso de Gestão Hospitalar. “Muita gente pensa que ser preso representa o fim. Para mim, foi o recomeço. Vou agarrar com tudo a oportunidade de fazer um curso superior”, revela.

Outro detento que concluiu o ensino médio na unidade prisional foi Maurício Caetano Fonseca, 23 anos. Ele optou pelo curso de Pedagogia por acreditar na Educação como uma forma de transformação das pessoas e do mundo. “Minha escolha teve também a influência da nossa pedagoga, Rita de Cássia, que com seu profissionalismo e dedicação conquista os alunos. Senti vontade de seguir seu exemplo”, conta o futuro pedagogo.


Dos 19 detentos classificados para os cursos de graduação a distância da Unopar, oito concluíram o ensino médio na escola estadual instalada no Complexo Penitenciário de Ponte Nova, que dispõe de quatro salas de aula.


 

 

Fonte: Jornal Leopoldinense

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