A largada oficial para a corrida pela prefeitura de Juiz de Fora (PJF) ainda não foi dada. Por ora, tudo é preparativo. Ensaios, uma vez que as equipes ainda se preparam, e os movimentos até aqui são de bastidores. Neste cenário ainda embrionário, uma pesquisa realizada pela empresa Pereira & Coelho Consultoria LTDA./F5 Atualiza Dados tenta traçar um recorte de momento sobre como estariam posicionadas as peças envolvidas da disputa, ainda com o eleitorado bastante reticente. Isto porque mais de 35% dos 783 juiz-foranos entrevistados declararam voto em branco, nulo ou se dizendo indeciso.
Mais do que a indecisão ou mesmo a opção pelo voto branco ou nulo, até aqui, o entusiasmo do eleitor local pelas eleições municipais deste ano é bastante pequeno. Segundo a pesquisa, 41,89% dos interessados disseram não ter qualquer interesse pela disputa. Em meio a um cenário inicial de afastamento, o que deixa a disputa em aberto no recorte de momento, três pré-candidatos se destacam na amostragem que avalia o desenho da corrida pela sucessão do prefeito Antônio Almas (PSDB). São eles a deputada estadual Sheila Oliveira (PSL); o empresário Wilson Rezende (PSB), da Rezato, e a deputada federal Margarida Salomão (PT).
Numericamente, a F5 Atualiza Dados aponta Sheila na dianteira. De acordo com o levantamento, a deputada estadual aparece com 19,54% das intenções de voto entre os ouvidos no recorte. Na sequência, Wilson tem 15,71% e figura virtualmente empatado com Margarida, que computou 15,2% das manifestações na pesquisa estimulada, em que os nomes de candidatos – no caso, pré-candidatos e candidatos em potencial – são colocados como opção para os entrevistados. Como a consulta tem margem de erro de 3,5 pontos percentuais para mais ou para menos, Sheila, Wilson e Margarida estão tecnicamente empatados.
Segundo bloco
Assim, o cenário define o trio em um pelotão de frente. Outros sete nomes também foram colocados como opção para o eleitor no levantamento e aparecem em um segundo bloco, puxado pelo prefeito Antônio Almas (PSDB), que, em meio às ações de enfrentamento à pandemia da Covid-19, ainda não confirmou se tentará ou não a reeleição. Com sua candidatura considerada como algo natural nos bastidores, Almas puxa o grupo e aparece com 5,75% das intenções de voto.
Na sequência vêm a delegada Ione Barbosa (Republicanos), com 2,81%; o pastor Aloízio Penido (PTC), com 2,68%; e o médico Renato Loures (Progressistas), com 1,4%. Já o delegado Cláudio Nogueira (PSC), o empresário Eduardo Lucas (DC) e o juiz aposentado José Armando da Silveira (MDB) foram citados por menos de 1% dos entrevistados. Cabe destacar uma vez mais que, como a margem de erro da pesquisa é de 3,5% percentuais, os sete pré-candidatos estão tecnicamente empatados no recorte.
Registro no TSE
A pesquisa em questão foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número MG-02524/2020. Conforme as informações do TSE, a empresa Pereira & Coelho Consultoria LTDA. aparece como contratada e contratante no registro feito no último dia 2. Os custos da pesquisa foram orçados em R$ 11,7 mil. O levantamento foi feito entre os dias 3 e 4 de julho e ouviu 783 eleitores com domicílio eleitoral em Juiz de Fora. A amostra tem nível de confiança de 95% e margem de erro estimada de 3,5 pontos percentuais para mais ou para menos.
Detentores de mandato têm mais rejeição
A pesquisa ainda mensurou a rejeição dos eleitores aos dez pré-candidatos colocados como opção no cenário estimulado. Ao responder sobre qual nome o eleitor não votaria de jeito algum nas eleições municipais deste ano, a maioria das citações se concentrou em quadros que já têm experiência eleitoral e são atualmente detentores de mandatos eletivos.
Às vésperas de ingressar em sua quarta disputa pela Prefeitura, Margarida Salomão foi a mais citada e aparece com uma rejeição de 15,07% dos entrevistados. O prefeito Antônio Almas vem logo em seguida, com 12,52%. Na terceira posição, aparece Sheila Oliveira, com 6,9%. A listagem traz ainda Aloízio Penido (3,58%), Wilson Rezende (2,55%), Eduardo Lucas (1,02%), Ione Barbosa (0,89%), José Armando (0,77%), Cláudio Nogueira (0,51%) e Renato Loures (0,38%).
Reforça ainda a percepção de desinteresse do eleitor pela contenda eleitoral até aqui o fato de 55,81% dos entrevistados não se manifestarem sobre o questionamento que visava mensurar o índice de rejeição dos pré-candidatos à Prefeitura de Juiz de Fora.
Pré-candidatos ficam fora de amostragem
Apesar de a pesquisa da F5 Atualiza Dados ter colocado os nomes de dez pré-candidatos ou possíveis candidatos à PJF como opção para os 783 eleitores ouvidos no levantamento, outros quadros que podem ingressar na disputa foram deixados de fora da consulta.
Entre as ausências de nomes que já foram colocados como possíveis concorrentes estão os advogados João Vítor Garcia (PCdoB) e Marcos Ribeiro (Rede); o general Marco Felício (PRTB); as professoras Lorene Figueiredo (PSOL) e Victória Mello (PSTU); e o procurador Daniel Giotti (PV).
Levantamento traz três simulações de 2º turno
A pesquisa da F5 Atualiza Dados ainda avaliou três cenários em que os três candidatos que aparecem na dianteira do levantamento se enfrentariam no segundo turno. No primeiro quadro, a deputada estadual Sheila Oliveira venceria a deputada federal Margarida Salomão por 28,86% contra 20,82% da parlamentar federal.
Em um embate contra Wilson Rezende, Sheila também venceria: 29,89% contra 20,18%. Por fim, em um confronto entre Wilson e Margarida, o empresário levaria a melhor sobre a deputada federal, aparecendo com 27,71% das intenções de voto contra 19,41%.
Avaliação das gestões Almas, Zema e Bolsonaro
Por fim, a pesquisa da F5 Atualiza Dados ainda apreciou, junto aos entrevistados, qual a avaliação os eleitores juiz-foranos fazem das gestões de Antônio Almas à frente da Prefeitura de Juiz de Fora; do governador Romeu Zema (Novo), no comando do Governo de Minas Gerais; e do presidente Jair Bolsonaro (PSL), na chefia do Poder Executivo federal.
Entre os eleitores juiz-foranos, Zema é quem tem a melhor avaliação. Ao todo, 36,4% dos entrevistados consideram a gestão do governador como ótima ou boa; enquanto 36,27% avaliaram a administração estadual como regular; e 20,82% classificaram a gestão de Romeu Zema como ruim ou péssima.
Já o prefeito Antônio Almas teve sua administração considerada como ruim ou péssima por 38,44% dos entrevistados. Outros 38,19% consideram sua atuação à frente da PJF como regular, enquanto 18,13% disseram que a gestão municipal tem tido um desempenho classificado como bom ou ótimo.
Por fim, o presidente Jair Bolsonaro teve a pior avaliação entre os três governantes na opinião dos eleitores juiz-foranos ouvidos pela F5 Atualiza Dados. Isto porque 48,53% dos entrevistados classificaram como ruim ou péssima a condução do atual Governo federal. Por outro lado, 28,10% avaliaram como ótima ou boa a administração Bolsonaro, e 19,92% rotularam a gestão como regular.
Fonte: Tribuna de Minas