De acordo com a delegada Bianca Prado, o homem tinha trânsito fácil em gestões anteriores da prefeitura de Santa Luzia e já ocupou cargo no primeiro escalão no Executivo da cidade, sem especificar em qual gestão.
Ele, entretanto, não especificou a secretaria de que o suspeito esteve à frente nem em qual ano atuou no cargo. A reportagem entrou em contato com a prefeitura de Santa Luzia e, até a última atualização desta reportagem, ainda não havia obtido retorno.
Segundo Bianca, o homem também é suspeito de atuar em Belo Horizonte, Contagem e Betim.
Batizada de "Neverland — A Terra do Nunca", a operação tem objetivo de combater crimes ambientais, associação criminosa, estelionato e lavagem de dinheiro.
Ao todo, dez mandados de buscas e apreensão foram cumpridos, sete em Santa Luzia e três em Belo Horizonte. Entre os alvos, estão sócios do empreendimento, corretores de imóvel e o corpo jurídico que dava apoio aos demais investigados. De acordo com a delegada, além do ex-secretário, estão um ex-vereador, um ex-funcionário da prefeitura e um funcionário.
De acordo com as investigações, o prejuízo causado pelo grupo pode chegar a R$ 20 milhões para as vítimas e a mais R$ 3 milhões em multas ambientais para os cofres públicos.
Os lotes, situados no bairro Dona Rosarinha, custavam entre R$ 40 mil e R$ 100 mil. De acordo com a delegada, o terreno pertence ao espólio de uma família e o comércio era clandestino e ocorria sem nenhuma autorização.
"Muitas famílias pagaram, deram entrada, perderam suas casas, perderam seus carros, perderam economias de uma vida inteira", afirmou a delegada sobre as centenas de vítimas.
Durante a operação, a polícia apreendeu diversos documentos, faixas de propaganda, mídias eletrônicas e um veículo que foi usado como pagamento de um dos terrenos.
Além do homem apontado como principal grileiro de Santa Luzia, que foi detido por cumprimento de mandato, um investigado foi detido em flagrante por posso ilegal de arma. Com ele, também foram encontrados um silenciador e uma mira de precisão.
"Simplesmente, até o presente momento, se resguardam ao direito constitucional do silêncio", disse a delegada sobre os detidos.
Fonte: G-1 Minas