Settra determina transferência de linhas de ônibus da GIL para a Tusmil em Juiz de Fora
Publicado em 11/10/2020 06:09
REGIÃO

 

A Secretaria de Transporte e Trânsito (Settra) determinou a transferência de linhas de ônibus do transporte coletivo público pertencentes à Goretti Irmãos Ltda (GIL) para o Transporte Urbano São Miguel Ltda (Tusmil) em Juiz de Fora. As duas empresas integram o Consórcio Manchester. A determinação foi publicada no Atos do Governo deste sábado (10) e tem prazo temporário de 30 dias.

Segundo o documento, um parecer técnico demostrou a descontinuidade da prestação do serviço da GIL. As linhas afetadas são: Floresta (302), Retiro (306), Bom Jardim (413), São Sebastião/Via Bonsucesso (430) e São Benedito (431).

No documento, outras as linhas como: Vitorino Braga (411), Aracy (424), Grajaú (426), Linhares (436) e Nossa Senhora de Lourdes (445) também apresentam problemas, no entanto, ainda não foram determinadas sanções à GIL, mas advertência para adequações.

Conforme o Protocolo n° 2967/2020, a medida é temporária e tem caráter acautelador do interesse público e dos danos sociais coletivos.

"Tomamos a presente decisão em caráter preventivo e sem abrir prazo para o contraditório prévio, com fundamento no risco de dano iminente e/ou continuidade desse dano ao interesse público, utilizando do mecanismo do contraditório diferido a ser exercitado pela Gil no prazo a seguir indicado", informou a Settra.

De acordo com a Settra, a empresa deve apresentar justificativas para o descumprimento contratual dos serviços prestados das linhas e bairros referidos em dois dias.

Ainda do documento, a pasta informa que a GIL deve finalizar a circulação dos veículos nos bairros Floresta, Retiro, Bom Jardim, São Sebastião/Via Bonsucesso e São Benedito. Após 30 dias, a transferência será reavaliada por meio de um novo parecer técnico.

G1 entrou em contato com as assessorias das empresas citadas e até a última atualização desta matéria, não obteve retorno.

 

Apontamentos

 

Segundo o protocolo, a irregularidade com que o serviço público é prestado pela GIL, nas linhas n° 302, 306, 411, 413, 424, 426, 430, 431, 436 e 445 está devidamente comprovada nos autos.

"A descontinuidade do serviço é patente e demonstra, em princípio, a incapacidade operacional da empresa para a prestação do serviço nessas linhas – hipótese mais grave que pode dar brecha à decadência do contrato de concessão – ou, na melhor das hipóteses, a inadvertida e ostensiva disposição da sociedade empresária e dos responsáveis legais".

O documento também aponta que os problemas vem se sucedendo desde meados de novembro de 2019 e que se intensificaram com a disseminação da pandemia da Covid-19, em março deste ano.

"Referimo-nos aos constantes atrasos nos pagamentos de folha salarial de funcionários, no pagamento de tickets, entre outros compromissos trabalhistas", explicou a pasta.

 

Greve em agosto

 

Greve em Juiz de Fora — Foto: Sinttro/Divulgação

Greve em Juiz de Fora — Foto: Sinttro/Divulgação

Em agosto, os trabalhadores de todas as empresas fizeram uma greve. Na ocasião, os motivos apontados foram os atrasos pelas empresas no pagamento referente ao mês de julho e a manutenção de benefícios, como cestas básicas e tíquete alimentação.

Por causa da greve, a Prefeitura autorizou 258 vans escolares a realizarem o transporte de passageiros pelo valor atual da tarifa de ônibus, que é R$ 3,75.

Para resolução do conflito, ocorreram diversas reuniões entre o sindicato e as empresas. O fim da paralisação ocorreu após um acordo.

 

Crise financeira nas empresas

 

A crise financeira causada pelo novo coronavírus gerou um prejuízo de mais de R$ 15 milhões às empresas até maio deste ano, de acordo com dados da Associação Profissional das Empresas de Transporte de Passageiros (Astransp).

Os consórcios informaram que, em outubro de 2019, o número de passageiros pagantes ultrapassava 7 milhões. Em março de 2020, o número caiu para 4,9 milhões. Em abril, este número chegou à casa dos 2,2 milhões.

Desde março, diversas manifestações e paralisações do transporte público ocorreram no município, por causa de atrasos no pagamento dos salários, indefinições contratuais e corte no adiantamento do pagamento, tíquete alimentação e cestas básicas.

 

 

Fonte: G-1 Zona da Mata

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