Na ação batizada de "Operação KicBack" foi preso na cidade sul fluminense, um advogado suspeito de participar de um esquema de corrupção no Governo do Estado do Rio, quando o governador afastado Wilson Witzel ainda estava no cargo.
No início desta manhã agentes da Polícia Federal fizeram buscas na Maternidade Terezinha de Jesus, em Juiz de Fora que, segundo o Bom Dia Brasil, recebeu cerca de R$ 280 milhões em dívidas inscritas em “restos a pagar” em troca de pagamento de propina de 13% sobre o valor quitado.
O valor daria prioridade à instituição que é , uma Organização Social , no recebimento dos recursos, já que diante da difícil situação financeira em que se encontra o Estado do Rio de Janeiro, nem todas as dívidas poderiam ser quitadas.
O objetivo da operação é apurar o de desvio de recursos públicos na área da saúde, que pode ter gerado prejuízo de mais de R$ 50 milhões aos cofres públicos.
A "Operação Kickback" visa cumprir 10 mandados de busca e apreensão, dois mandados de prisão preventiva, além de medidas cautelares e indisponibilidade de bens dos investigados. A ação é desdobramento da Operação Tris in Idem responsável pelo afastamento do governador Wilson Witzel do cargo por suspeitas de irregularidades na Saúde.
Além disso, a OS teria pago cerca de R$ 50 milhões a um escritório de advocacia, que, por sua vez, repassou mais de R$ 22 milhões para pessoas físicas e jurídicas ligadas ao operador financeiro identificado nas Operações "Pacebo" e "Tris in Idem".
Em agosto deste ano o G1 publicou reportagem sobre o cumprimento de mandado de busca e apreensão em Juiz de Fora da operação que afastou Witzel.
Equipes da Polícia Federal apreenderam documentos na unidade e também na casa de José Mariano Soares de Moraes, citado em documento do Ministério Público Federal. Nas 345 páginas é possível entender é possível entender o envolvimento da Maternidade com o caso.
Segundo apuração do MG1, a organização social Hospital Maternidade Therezinha de Jesus é uma das organizações de saúde responsáveis pela gestão de unidades de saúde do estado do Rio de Janeiro.
A dívida inscrita em restos a pagar no orçamento do Estado era de aproximadamente R$ 500 milhões de reais. Diante da demora no recebimento, o então secretário de saúde, Edmar Santos, em comum acordo com Pastor Everaldo e Edson Torres, procuraram José Mariano Soares de Moraes, "dono" da organização de saúde HMTJ para oferecer a possibilidade do hospital receber os créditos administrativamente, com a condição do repasse de 20% do recebido ser destinado ao grupo criminoso, através do operador financeiro Victor Hugo Barroso.
José Mariano aceitou o negócio ilícito e realizou os repasses na forma acordada. Na página seguinte do relatório do Ministério Público, fica claro que houve um acordo extrajudicial com a secretaria para receber os repasses.
Equipes da Polícia Federal apreenderam documentos na unidade em Juiz de Fora e na casa de José Mariano Soares de Moraes.
O G1 entrou em contato com a assessoria da Maternidade Terezinha de Jesus que informou, por meio de nota enviada pelo advogado Délio Lins e Silva Júnior que, "a defesa do Hospital Maternidade Therezinha de Jesus (HMTJ) esclarece que o hospital é uma instituição tradicional, com mais de 90 anos de serviços prestados à população. Ao longo das investigações, sua diretoria prestou todos os esclarecimentos necessários à elucidação dos fatos. Isso seguirá sendo feito, de modo a contribuir com as investigações e provar que o HMTJ não tem qualquer envolvimento ilícito em relação aos fatos por ora sob investigação.".
A reportagem também pediu informações à Polícia Federal sobre os trabalhos, mas ainda não obteve retorno. A assessoria jurídica de José Mariano foi procurada, mas ainda não retornou.
Fonte: G-1 Zona da Mata