A Universidade Federal de Viçosa (UFV) inaugurou nesta semana a sede do Centro de Conservação dos Saguis-da-Serra (CCSS), referência em investigações e ações de conservação do sagui-da-serra e do sagui-da-serra-escuro, que são duas espécies de primatas da região Sudeste que correm o risco de serem extintas.
A espécie, caracterizada por uma pelagem de coloração clara na face, é nativa de Viçosa, mas está ameaçada principalmente pela perda de habitat e pelas espécies de saguis invasoras, que causam competição e hibridação.
De acordo com a instituição, o Centro de Conservação é considerado um criadouro científico, um lugar de pesquisa previsto por lei e licenciado pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF), e contará com a nova instalação localizada na Vila Secundino do campus de Viçosa para se desenvolver.
O professor Fabiano de Melo, do Departamento de Engenharia Florestal, coordena as atividades e afirmou que a pretensão é tornar o Centro a iniciativa de maior importância para a conservação dos saguis-da-serra.
“É dramático, para a biodiversidade, imaginar que temos indivíduos que estão à beira da extinção e não existe um planejamento de conservação. O que estamos vendo hoje é a mudança dessa história. Estamos escrevendo um novo capítulo para essas duas espécies”, destacou o pesquisador.
A cerimônia, realizada na última quarta-feira (3), também celebrou a chegada dos primeiros saguis-da-serra-escuro, uma fêmea e um macho, que ficarão no Centro de Conservação.
Com isso, a iniciativa da UFV é a única que abriga o sagui-da-serra-escuro em cativeiro em Minas Gerais. De acordo com Fabiano, os animais já estão em idade reprodutiva e é possível que tenham filhotes em breve.
Os animais vieram de São Paulo, do Zoológico de Guarulhos, e do criadouro conservacionista da Universidade do Vale do Paraíba, em São José dos Campos, e estão em processo de adaptação ao espaço.
Fonte: G-1 Zona da Mata