Com isso, já são quatro casos no total que a delegacia investiga. Ione também pediu para que pessoas que foram vítimas ou tenham informações sobre a situação procurem a Polícia Civil.
Na última semana, o G1 mostrou a denúncia da mulher, identificada como Regina, que chegou a pedir R$ 4 mil para liberação da operação de um adolescente de 17 anos.
Na terça-feira (9), a delegada afirmou que o administrador da Santa Casa de Misericórdia será ouvido, assim como o médico citado na denúncia. A Polícia Civil explicou que o nome deste profissional citado por Regina, que seria chefe dela no hospital, não foi divulgado e está sob sigilo, já que os áudios em que ele é mencionado ainda aguardam perícia.
No total, mais sete testemunhas serão ouvidas entre esta segunda e terça-feira. Na última sexta-feira (5), uma testemunha ocular e duas vítimas fizeram depoimentos.
A suspeita foi intimada a comparecer à delegacia às 11h na sexta-feira, no entanto, o advogado dela foi quem apareceu e entregou um atestado médico de 30 dias.
O caso chegou às autoridades policiais após a família do rapaz, que mora na cidade de Guarani (MG), procurar a advogada Teresinha Bento por suspeitar que a mulher praticava o crime de realizar cobrança para disponibilizar vagas em leitos públicos.
Segundo apuração do MG1, o hospital Santa Casa de Misericórdia afirmou que Regina não trabalha na instituição e que abriu investigação interna para apurar as informações.
O jornal também escutou a prima do adolescente, que não quis ser identificada e afirmou que ele foi baleado na coluna no fim de 2020 e aguarda há mais de dois meses pela cirurgia.
De acordo com a familiar do adolescente, Regina afirmava que a cirurgia particular seria R$ 60 mil e que se ela pagasse R$ 4 mil, a instrumentadora "daria um jeito" na guia do SUS. A prima achou estranha a conduta e acionou a advogada, que para continuar a conversa se passou por outra parente do rapaz.
Para a polícia, a atitude apresenta indícios de que essa não teria sido a primeira vez que a suspeita negociou a compra de vaga do SUS para cirurgias.
A família registrou um Boletim de Ocorrência (BO). Segundo Ione Barbosa, "isso configura, em tese, o crime de estelionato".
A Secretaria Municipal de Saúde de Guarani informou que uma guia do SUS para a cirurgia do adolescente foi lançada e que aguarda a liberação da Santa Casa de Misericórdia. A pasta relatou que não tinha conhecimento da denúncia que foi feita pelos familiares do paciente.
Fonte: G-1 Zona da Mata