Delegada diz que mulher que cobrava para antecipar cirurgias pelo SUS fez outras vítimas em Juiz de Fora
Publicado em 08/02/2021 13:52
REGIÃO

 

A delegada Ione Barbosa afirmou nesta segunda-feira (8) que três pessoas procuraram a Polícia Civil e alegaram que foram vítimas da suposta instrumentadora do Hospital Santa Casa de Misericórdia, suspeita de extorsão por cobrar para antecipar cirurgias pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Juiz de Fora.

Com isso, já são quatro casos no total que a delegacia investiga. Ione também pediu para que pessoas que foram vítimas ou tenham informações sobre a situação procurem a Polícia Civil.

Na última semana, o G1 mostrou a denúncia da mulher, identificada como Regina, que chegou a pedir R$ 4 mil para liberação da operação de um adolescente de 17 anos.

Na terça-feira (9), a delegada afirmou que o administrador da Santa Casa de Misericórdia será ouvido, assim como o médico citado na denúncia. A Polícia Civil explicou que o nome deste profissional citado por Regina, que seria chefe dela no hospital, não foi divulgado e está sob sigilo, já que os áudios em que ele é mencionado ainda aguardam perícia.

No total, mais sete testemunhas serão ouvidas entre esta segunda e terça-feira. Na última sexta-feira (5), uma testemunha ocular e duas vítimas fizeram depoimentos.

A suspeita foi intimada a comparecer à delegacia às 11h na sexta-feira, no entanto, o advogado dela foi quem apareceu e entregou um atestado médico de 30 dias.

Entenda o caso

 

O caso chegou às autoridades policiais após a família do rapaz, que mora na cidade de Guarani (MG), procurar a advogada Teresinha Bento por suspeitar que a mulher praticava o crime de realizar cobrança para disponibilizar vagas em leitos públicos.

Segundo apuração do MG1, o hospital Santa Casa de Misericórdia afirmou que Regina não trabalha na instituição e que abriu investigação interna para apurar as informações.

O jornal também escutou a prima do adolescente, que não quis ser identificada e afirmou que ele foi baleado na coluna no fim de 2020 e aguarda há mais de dois meses pela cirurgia.

De acordo com a familiar do adolescente, Regina afirmava que a cirurgia particular seria R$ 60 mil e que se ela pagasse R$ 4 mil, a instrumentadora "daria um jeito" na guia do SUS. A prima achou estranha a conduta e acionou a advogada, que para continuar a conversa se passou por outra parente do rapaz.

Para a polícia, a atitude apresenta indícios de que essa não teria sido a primeira vez que a suspeita negociou a compra de vaga do SUS para cirurgias.

A família registrou um Boletim de Ocorrência (BO). Segundo Ione Barbosa, "isso configura, em tese, o crime de estelionato".

A Secretaria Municipal de Saúde de Guarani informou que uma guia do SUS para a cirurgia do adolescente foi lançada e que aguarda a liberação da Santa Casa de Misericórdia. A pasta relatou que não tinha conhecimento da denúncia que foi feita pelos familiares do paciente.

 

Fonte: G-1 Zona da Mata

Comentários
Comentário enviado com sucesso!