Em entrevista coletiva nesta terça-feira (16/03) para detalhar a implantação da onda roxa, fase mais restritiva do Minas Consciente, em todo o estado, o governador Romeu Zema (Novo) disse que estuda criar um auxílio para comerciantes e pessoas da área da cultura.
Os 853 municípios mineiros terão que entrar na onda roxa a partir dessa quarta (17/03) para tentar conter o avanço da COVID-19. Entre outras medidas, está o toque de recolher entre 20h e 5h e a proibição de reuniões e eventos, além do fechamento do comércio não essencial.
Durante a entrevista, a reportagem do Estado de Minas questionou Zema sobre a situação dos pequenos comerciantes e dos trabalhadores da área da cultura em relação à pandemia e perguntou se o estado pretende oferecer algum auxílio nos moldes do que foi anunciado pelo governo do Maranhão, que também adotou medidas mais restritivas.
“Já solicitamos à Secretaria da Fazenda, que avalia o pode ser feito. Tivemos, inclusive, uma reunião na semana passada com representantes da área de cultura e entretenimento, que já trouxeram uma série de propostas para que esse setor possa receber algum tipo de auxílio, e isso está sendo analisado também. Nós sabemos que essas pessoas foram as mais afetadas, a área de cultura principalmente. A Lei Aldir Blanc ajudou muito, mas com essa nova cepa do vírus nós talvez tenhamos que fazer alguma coisa a mais”, informou o governador.
Também haveria um auxílio para o comércio. “Lembrando que no ano passado, fizemos uma ajuda expressiva. Foram destinados, eu não tenho o número aqui, mas uma ajuda para mais de 500 mil pessoas. Foi algo muito expressivo ano passado, em outubro, novembro e dezembro. Pagamos em três vezes um auxílio”, disse Zema.
Esse auxílio citado pelo governador de Minas Gerais era no valor de R$ 39 mensais, destinado às famílias em vulnerabilidade social inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico). Após as três parcelas, ele foi suspenso.
Já o benefício anunciado pelo governador Flávio Dino (PCdoB) será de R$ 600 para quem é da área da cultura e R$ 1 mil para bares e restaurantes, ambos em parcela única.
Durante a entrevista, a reportagem também lembrou o caso de um comerciante que furou a quarentena em Belo Horizonte e, no último dia 15, disse ao Estado de Minas que prefere “morrer de COVID do que de fome”. Zema respondeu à declaração do lojista. “Eu vejo aí uma pessoa egoísta. Posso até falar 'eu prefiro morrer de COVID', mas tenho certeza que o vizinho dele, pessoas que ele conhece, talvez não pensem como ele. Então não é uma questão só 'o que interessa a mim', é uma questão 'o que eu posso contribuir com os demais'. Ele não está sozinho no mundo não. Cada um é dono da sua vida, mas quando o que você faz coloca a vida dos outros em risco, aí a situação fica diferente”, argumentou.
Fonte: Estado de Minas