Presidente da ALMG e coletivo repudiam liminar que permite compra de vacinas para associados
26/03/2021 05:49 em REGIÃO

 

Após a Justiça Federal liberar liminarmente, na tarde desta quinta-feira (25), a compra de vacinas sem a obrigação de repasse ao Sistema Único de Saúde (SUS), o presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), Agostinho Patrus, e o Coletivo de Mulheres da Casa repudiaram a decisão.

Pelo Twitter, Patrus disse que a imunização é um direito de todos, mas "enquanto temos poucas vacinas, deve ser aplicada em quem mais precisa". Já o grupo feminino afirmou que não foi consultado e que a ação é, no mínimo, anti-ética. A liminar foi atendida pela Justiça após pedido de entidades, incluindo o Sindicato dos Servidores da Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais (SINDALEMG).

Também em postagem nas redes sociais, o coletivo afirmou que aguarda ansiosamente a oportunidade de se vacinar, no entanto, declarou que, "diante do cenário de escassez de vacinas, de falta de coordenação nacional, de lento processo de imunização, de divergência sobre grupos prioritários, de demora na vacinação de idosos", é anti-ético o uso de recursos privados para essa finalidade.

"Gozar do privilégio de classe num contexto que pede o contrário: senso coletivo, empatia e solidariedade, sem falar de inteligência sanitária, que preconiza a vacinação em massa, não a individual, para a proteção da população", informou, em nota (veja aqui).

O grupo, que é uma organização horizontal, sem representação formal sobre os associados da ALMG e composto por servidoras, funcionárias de gabinetes e estagiárias, ainda declarou que não é capaz de falar por todas as mulheres da Assembleia, e sim "por um grupo grande, forte e unido pela certeza de que esse não é o papel que devemos fazer nesse momento crucial da história", finalizou o texto.

Se querem ajudar, comprem e deem ao SUS

Uma das integrantes do Coletivo, a servidora Grazielle Mendes, afirmou que as participantes da organização ficaram consternadas, surpresas e constrangidas com a notícia. Segundo ela, não houve consulta ao grupo e o tema não foi discutido em assembleias.

"Ainda que eles possam tomar essa decisão sem nos consultar, é no mínimo anti-ético, é uma espécie de pedido de autorização para furar fila, essa que é a verdade", declarou. Grazielle declarou que se o propósito é ajudar a acelerar a vacinação, que o sindicato faça a compra dos imunizantes e os doe ao SUS "para que eles, com os critérios sanitários, decidam quem é que deve ser vacinado".

Hoje em Dia busca contato com o Sindicato dos Servidores da Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais (SINDALEMG), mas ainda não obteve sucesso.

 

Fonte: Hoje em Dia

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