A amiga de Lorenza também disse à equipe de reportagem que, no dia 11 de janeiro, recebeu uma mensagem, dizendo que a mulher do promotor havia morrido e seria velada no dia seguinte. Ela disse que ficou preocupada e que entrou em contato com Pinho.
Segundo a amiga, o promotor afirmou que o celular dele havia sido clonado, que a mensagem era falsa, e que Lorenza estava, inclusive, em choque com a notícia.
A mulher afirmou que agora uma nova mensagem foi recebida por outra amiga, também informando que a mulher do promotor havia morrido. Como ela não conseguiu contato com Pinho por telefone, foi até a casa do casal no bairro Buritis e confirmou que, dessa vez, a mensagem era verdadeira.
Ao longo dos últimos anos, o G1 registrou ao menos cinco casos de ataques e ameaças envolvendo o casal.
Em 2016, de acordo com a Polícia Militar, Pinho e a mulher foram abordados e agredidos por dois homens perto de uma igreja evangélica, no bairro Vale do Sereno, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Em 2013, o promotor teve o carro incendiado no bairro Serra, na Região Centro-Sul da capital. O veículo estava estacionado e não havia ninguém dentro.
Em 2012, o carro de Pinho já havia sido alvo de tiros, no bairro Sagrada Família, na Região Leste. Ele e a mulher estavam a bordo, mas não se feriram, Na época, a polícia informou que o irmão do promotor era o suspeito do crime.
Pouco tempo antes, o homem, que é advogado, havia sido preso por suspeita de extorquir dinheiro do promotor e ameaçar Lorenza. De acordo com a polícia, ele estaria ameaçando o casal para que eles retirassem processos de ameaças e de crime contra a honra. Lorenza inclusive tinha uma medida protetiva contra o cunhado.
O G1 tenta contato com o irmão do promotor.
Nota conjunta MPMG e Polícia Civil na íntegra
"O Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG), por meio do Gabinete de Segurança e Inteligência (GSI) e do Centro de Apoio das Promotorias Criminais (Caocrim), e em conjunto com as Polícias Civil e Militar, realizaram diligências na manhã deste domingo, 4 de abril, dando seguimento às apurações relacionadas aos fatos ocorridos na sexta-feira, 2 de abril, envolvendo a morte da senhora Lorenza Maria Silva de Pinho, esposa do promotor de Justiça André Luis Garcia de Pinho.
Foram cumpridas decisões proferidas pelo Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (TJMG). Em função da decretação de segredo de Justiça, no momento não serão fornecidos mais detalhes.
O MPMG lamenta a morte da senhora Lorenza Maria Silva de Pinho e se solidariza com os seus familiares e amigos".
Fonte: G-1 Minas