Empresário vai à Câmara e relata dificuldades para manter transporte urbano de passageiros em Leopoldina
14/04/2021 05:23 em LEOPOLDINA

 

Segundo Valdir Teixeira, dentre as causas da crise que afeta o setor está o grande número de beneficiários que não pagam pelo transporte nos ônibus urbanos.

Em reunião ordinária da Câmara Municipal de Leopoldina realizada na noite desta segunda-feira, 12 de abril, sob a presidência do vereador José Augusto Cabral, o diretor da empresa Viação Leopoldinense, Valdir Antônio Teixeira, compareceu à Casa Legislativa atendendo Requerimento de autoria do vereador Rogério Campos Machado, para que o empresário falasse sobre a atual situação do transporte público municipal de Leopoldina.

Valdir Teixeira informou aos vereadores da possibilidade do transporte público parar em Leopoldina, devido à crise econômica no setor, que tem como origem várias razões, como o grande número de carteirinhas do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) e da Lei Federal, a redução do pagamento de passes escolares em razão da pandemia que interrompeu as aulas nas diversas escolas do município, o represamento desde 2019 do reajuste da tarifa do transporte público, além do aumento do número de veículos regulares e irregulares que transportam passageiros, citando os aplicativos e moto taxistas.

Durante a reunião, que foi transmitida ao vivo através da internet pela página da Câmara Municipal, Valdir Teixeira relatou aos vereadores sobre a situação em que se encontra a empresa Viação Leopoldinense, assim como várias empresas do segmento em todo o estado de Minas Gerais. Ele demonstrou seu prejuízo diário e mensal, e mencionou que os beneficiários com a gratuidade do transporte de passageiros são tantos que não fica espaço disponível para os pagantes.

De acordo com o empresário, ele não estava ali fazendo ameaças e esclareceu que, já nesta semana sua empresa está prestes a não conseguir sequer abastecer os ônibus para rodar. Valdir informou que tem uma despesa de R$ 60 mil reais de combustíveis e R$ 70 mil reais da folha de pessoal, dentre outros pagamentos mensais. “A tarifa desde 2019 não sobe”, disse Valdir, reiterando que não estava ali pedindo o reajuste da tarifa, mas que estava pagando para rodar. “Eu não sei se terei óleo diesel para rodar amanhã”, comentou, admitindo que a folha de pagamento da empresa já está em atraso.

O empresário explicou que já se reuniu com o prefeito, que tem conhecimento da situação. Valdir não considera que o atual prefeito seja culpado pela situação, pois a situação se arrasta há algum tempo, porém, o quadro vem se agravando, por isso estava ali para pedir ajuda.

Depois da exposição feita por Valdir Teixeira, o autor do Requerimento, Vereador Rogério e os demais parlamentares presentes manifestaram sua preocupação em relação ao tema e apoio na busca de soluções para a crise, para que a população não seja prejudicada nem a empresa, que atualmente gera mais de 60 empregos no município.

Nesta terça (13) a Reportagem do Jornal apurou que já começaram movimentações entre Executivo e Legislativo em busca de alternativas para o problema que foi tornado público na reunião de ontem (12) da Câmara.

Em contato com a empresa Viação Leopoldinense, o empresário Valdir Teixeira declarou ao Jornal que “A tarifa calculada por órgão governamental com base nos custos teria que ser de R$ 4,94, mas sabemos que o valor é alto para a população, que já vem sofrendo com a pandemia. Pedimos uma subvenção, para não pesar no bolso da população.” Sobre o reajuste da tarifa, Valdir defende um reajuste adequado com a realidade, levando em conta que tudo subiu: gêneros alimentícios, combustíveis, gás, etc., “um reajuste equivalente às cidades vizinhas, pois o mesmo cálculo já foi feito pela administração, só não foi assinado o decreto”, frisou.

Ao concluir suas declarações ao Jornal, o empresário afirmou: “Somos solidários com comerciantes, trabalhadores autônomos, mas nós estamos pagando para rodar e não queremos demissão de nossos colaboradores, pois o desemprego já assola os leopoldinenses. Mesma situação subscreve a Viação Bassamar e Leopoldina turismo, que rodam nos distritos.”

Jornal O Vigilante Online

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