O laudo técnico produzido pelo Instituto Médico-Legal (IML) sobre o óbito de Lorenza Maria Silva Pinho, de 41 anos, vai indicar que ela foi assassinada, segundo fontes ligadas às investigações.
Ainda nesta segunda-feira (19), o núcleo do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) formado para investigar o caso deve ouvir o promotor André Luís Garcia Pinho, marido de Lorenza, que foi preso temporariamente após a ocorrência, e o médico Itamar Tadeu Gonçalves, responsável pelo atestado de óbito assinado na residência da família Pinho, no bairro Buritis, região Oeste de Belo Horizonte.
“Caminhamos para as conclusões sobre as circunstâncias da morte da Sra. Lorenza de Pinho. Dependemos do laudo e das oitivas finais. Não tenho informações adicionais ”, disse o Procurador Geral de Justiça de Minas Gerais Jarbas Soares, afirmando que, se a investigação for concluída nesta segunda-feira (19), o MP deverá falar sobre o caso, mas não soube precisar quando isso ocorrerá .
Na última sexta-feira (16), membros do MPMG e do IML estiveram reunidos para falar sobre o laudo definitivo que vai apontar o que provocou a morte da mulher do promotor. Fontes ligadas às investigações revelaram que foi assassinato, mas não quiseram falar sobre a motivação do crime, que pode definir se foi feminicídio ou homicídio.
O promotor André de Pinho, preso durante as investigações sobre a morte de sua mulher, em foto de 2014. — Foto: Pedro Ângelo/G1
A certidão de óbito a que a reportagem teve acesso apontou que a morte, ocorrida no dia 2 de abril, foi causada por pneumonite devido a alimento ou vômito e autointoxicação por exposição intencional a outras drogas.
Em entrevista exclusiva para a TV Globo, Marco Aurélio Alves da Silva, pai de Lorenza, disse que achava "muito estranha" a hipótese de engasgo.
"Uma jovem de 40 anos vir a morrer por engasgo não é comum", desabafou. O advogado da família de Lorenza, Tiago de Resende, afirmou que espera que os culpados por algo que tenha acontecido “a ela” sejam devidamente punidos nos devidos rigores da lei.
As circunstâncias da ocorrência levantaram suspeitas na Polícia Civil. Segundo o boletim de ocorrência, o corpo chegou a ser levado para uma funerária, mas, por determinação do delegado Alexandre Oliveira da Fonseca, foi encaminhado para o IML para apuração da causa do óbito.
A Procuradoria Geral de Justiça está à frente das investigações e instaurou um procedimento criminal. Desde o dia 4 de abril, o promotor André de Pinho está preso temporariamente na capital.
Relembre a cronologia do caso:
- 3/4/2021 - Morte de mulher de promotor é investigada em Belo Horizonte
- 4/4/2021 - Polícia Civil faz busca e apreensão em casa e prende promotor após morte da mulher dele em BH
- 4/4/2021 - Investigando morte de mulher de promotor, Polícia Civil vai até prédio onde casal morava em BH
- 5/4/2021 - Pai e irmã de mulher de promotor morta em BH prestam depoimento nesta segunda; filhos mais velhos já foram ouvidos
- 5/4/2021 - Pai e irmã de mulher de promotor morta em BH chegam à Procuradoria-Geral de Justiça para depor
- 6/4/2021 - Guarda dos filhos de promotor preso após morte da mulher é concedida a médico da família
- 7/4/2021 - Médico diz que, antes de morrer, mulher de promotor fez documento para que ele ficasse com guarda dos 5 filhos do casal
- 9/4/2021 - Se for feminicídio, MP 'vai até o fim', diz procurador-geral sobre morte de mulher de promotor
- 12/4/2021 - Certidão de óbito de mulher de promotor morta em BH aponta 'autointoxicação por exposição intencional a outras drogas'
- 13/4/2021 - Corpo de mulher de promotor morta em Belo Horizonte é liberado pelo IML
- 14/4/2021 - Corpo de Lorenza Pinho, esposa de promotor do MPMG, é enterrado em Barbacena
- 15/4/2021 - Ministério Público ouve tia de mulher de promotor morta em Belo Horizonte
- Fonte: G-1 Minas