Bairros de classes média e alta agora têm mais mortes por Covid-19 em BH
20/05/2021 14:22 em REGIÃO

 

O mapa de mortes pela Covid-19 mostra uma inversão neste ano em Belo Horizonte. Atualmente, os bairros das classes média e alta são os que mais registram óbitos decorrentes da doença.

Em 2020, os bairros com mais óbitos foram os com maior vulnerabilidade social, mas, em 2021, os das classes média e alta estão no topo do ranking de novas mortes na capital: Sagrada Família, na Região Leste; Santo Antônio, na Centro-Sul; e Padre Eustáquio, na Noroeste.

A onda de casos da doença fez o numero de missas de sétimo dia aumentar 50%, de três meses pra cá. Por mais que a tragédia seja uma ameaça constante, tem gente que vai na contramão.

 

"Eu acho que é um relaxamento grande, né? Nós temos um problema grande aqui na igreja que é pessoas que não querem utilizar a máscara. Temos casos que fomos agredidos verbalmente por pessoas que não admitem", conta o pároco da Paróquia do Padre Eustáquio, padre Vinícius Maciel.

No Santo Antônio, inclusive, o número de mortes em cinco meses já dobrou, na comparação com os 10 meses de pandemia do ano passado.

A Associação de Moradores do Bairro Santo Antônio acredita que o confinamento e os cuidados foram sendo deixados de lado à medida em que a taxa de vacinação das pessoas subiu.

 

"A gente ouve às vezes no final de semana festas, reuniões, às vezes de família. Pequenas aglomerações que não vou dizer que seria uma grande festa, até porque chamaria muito a atenção das autoridades", fala Patrick Nezio, presidente da entidade.

 

Jorge Alexandre Neves, professor do Observatório Social da Covid-19 da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), diz que até os feriados deste ano tiveram peso nas mortes das pessoas de classes mais favorecidas. "O início do ano agora até agora é um período de muitos feriados".

 

"Acho que ninguém acreditou até hoje, né? Pelo tanto de gente que já morreu, muita gente acha que isso é brincadeira, 'comigo não acontece, na minha casa não vai acontecer'. Mas eu mesma já perdi vários amigos pra essa doença. Acho que a gente tem que ter cuidado, a gente está cuidando da gente em primeiro lugar e cuidando de quem está ao nosso redor. Acho que é uma obrigação nossa", diz a escritora Maria Stela Pereira Paixão.
Fonte: G-1 Minas
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