Vazia na gestão de Zema, antiga residência oficial do governador ainda custa R$ 97 mil por mês
10/06/2021 05:41 em REGIÃO

 

O Palácio das Mangabeiras, mesmo vazio há dois anos, custa aos cofres públicos R$ 97 mil por mês, um total de R$ 1,1 milhão por ano. Em setembro, o local que foi residência oficial dos governadores de Minas Gerais desde a década de 50 vai sediar novamente a Casa Cor Minas.

O valor de R$ 97 mil, segundo a Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge), envolve despesas como custos de água e energia elétrica, serviços de apoio, limpeza, engenharia e vigilância.

Situado ao pé da Serra do Curral, no bairro Mangabeiras, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, o Palácio das Mangabeiras tem projeto de Oscar Niemeyer e jardins planejados pelo paisagista Roberto Burle Marx.

 

Inaugurado em 1955, ele foi a casa oficial de todos os governadores de Minas, de Juscelino Kubitschek a Fernando Pimentel. Na residência oficial, Tancredo Neves recebeu artistas como Fafá de Belém, Milton Nascimento e Fernanda Montenegro.

A estrutura conta com amplos salões, quartos e até um cinema.

Desde que assumiu o mandato, o governador Romeu Zema (Novo) nunca morou na casa, que ocupa parte do terreno de 42 mil metros quadrados. Uma das promessas de campanha dele era bancar, do próprio bolso, aluguel de uma casa e transformar a residência oficial em “museu das mordomias”.

O plano não saiu do papel. Mas em junho de 2019, seis meses depois de assumir, o governador assinou despacho para formalizar um acordo com a Codemge, para que a empresa, que é de economia mista, assumisse a gestão do palácio.

O acordo tinha objetivo de implementar ações para que a casa fosse melhor administrada e aproveitada. Na ocasião, o governador disse que o custo reduziria para “zero”.

 

“Estou extremamente satisfeito porque estamos cumprindo mais um compromisso de campanha. Até 31 de dezembro, no Palácio das Mangabeiras trabalhavam 32 funcionários exclusivos para atender o governador e sua família. Esse gasto, desde o dia 1º de janeiro, foi reduzido a zero. Não moro aqui, aluguei uma casa próxima à Cidade Administrativa e evitamos essa despesa. Em um Estado falido, o exemplo tem que vir de quem governa”, afirmou na época.

De fato, passados dois anos, o número de funcionários diminuiu, mas o Palácio vazio continua com 17 deles, entre vigias, servente de limpeza, jardineiro, capineiros e artífice.

Entre as estratégias adotadas pelo governador Romeu Zema para reduzir os custos do Palácio das Mangabeiras foi uma parceria com a Multicult, realizadora da Casa Cor, mostra de arquitetura que se consolidou no calendário de Belo Horizonte.

 

Em 2019, a organização do evento afirmou que gastou R$ 4 milhões só nos jardins. Neste ano, eles disseram que ainda não conseguem "precisar o valor aproximado do investimento para esta edição, pois as negociações com empresas fornecedoras ainda estão em processo".

O contrato com a empresa é de 42 meses. Ele prevê que a Multicult ocupe o Palácio das Mangabeiras com a Casa Cor por um período médio de seis meses por ano. Nesses meses, o evento será responsável por fazer a manutenção e vigilância do espaço, como contrapartida pelo uso do local.

Por causa da pandemia de Covid-19, no ano passado, a mostra não foi realizada no local. Mas o governo anunciou que, em julho, a empresa Multicult assume a gestão do Palácio novamente para a realização da edição de 2021, marcada para ser realizada entre os dias 14 de setembro e 17 de outubro.

Em nota, o governo informou que a economia com o Palácio das Mangabeiras é de cerca de R$ 3,6 milhões por ano, já que não há moradores.

 

Fonte: G-1 Minas

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