Pelo menos 7 em cada 10 casos de infecção por coronavírus em Minas são da variante de Manaus
15/06/2021 05:42 em REGIÃO

 

Mais de sete em cada 10 casos de infecção por coronavírus em Minas Gerais são da variante gama, também conhecida como P1 e encontrada inicialmente em Manaus. Um estudo da Universidade Federal de Minas Gerais, Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) e Fundação Ezequiel Dias (Funed) identificou que essa cepa estava presente em 74,1% das amostras.

A pesquisa analisou 1,2 mil amostras, sendo o maior e mais abrangente estudo para detectar variantes do coronavírus no estado. "A gente já sabia que a variante P1 estava rodando em grande quantidade, mas até então o grosso dos resultados eram de BH", afirma um dos pesquisadores, o professor de genética Renan Pedra.

A coleta do material ocorreu entre 1º de março e 12 de abril, o que ajuda a explicar o agravamento da situação da pandemia em Minas. Isso porque a variante gama é considerada uma das mais transmissíveis, juntamente com a alfa, identificada no Reino Unido. "Essas variantes são as que preocupam, pois têm alta transmissão, são mais infecciosas", reforça Pedra.

A variante alfa estava presente em 10,5% das amostras. Outras 13,1% delas eram da cepa zeta, também chamada de P2 e identificada no Rio de Janeiro. O estudo não encontrou a variante delta, registrada pela primeira vez na Índia, entre as amostras. Até então, somente um paciente em Minas foi diagnosticado com essa variante, em Juiz de Fora, na Zona da Mata.

A pesquisa também mostrou a distribuição das cepas nas regiões. Nas unidades regionais de saúde de Patos de Minas, no Alto Paranaíba, e Uberlândia, no Triângulo, todas as amostras eram da variante gama. Em contrapartida, nas unidades de Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, e Pedra Azul, Vale do Jequitinhonha, essa cepa corresponde a menos de um terço dos casos.

 

"Isso indicada que ainda há margem para a P1 crescer. À medida que consegue fazer identificar as variantes, temos mais informação pra tomar decisões e preparar o sistema de saúde", alerta o professor.

 

O grupo de pesquisadores informou os resultados ao Ministério da Ciência e da Tecnologia e o Ministério da Saúde.

 

Fonte: G-1 Minas

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