A TV Globo teve acesso, com exclusividade, a um dos relatórios com conteúdo do celular de Junio das Dores Guimarães, que dirigia o carro para a falsa equipe de vacinação.
O relatório mostra conversas que ele teve com a namorada, Danievelle Torres de Freitas, que é filha de Cláudia Pinheiro, apontada como falsa enfermeira e responsável por promover a vacinação clandestina.
De acordo com a corporação, Cláudia é a responsável pela vacinação de empresários do setor de transportes, em uma garagem de ônibus no bairro Caiçara, na Região Noroeste da capital, no dia 23 de março. Os irmãos Rômulo e Robson Lessa, donos da empresa Saritur, teriam organizado o esquema.
No dia 25 de março, três dias depois que os vídeos com aplicação da tal vacina em uma garagem da Saritur foram divulgados, Danievelle acompanhou a mãe até um escritório de advocacia.
Até aquele momento, Cláudia e Junio ainda não tinham sido identificados pela polícia, mas a filha estava com medo.
Para tranquilizá-la, Junio confessou que a vacina era falsa.
A Polícia Federal confirmou que o celular entregue por Cláudia Pinheiro só tinha registros de uso a partir de 26 de março, o dia seguinte da ida dela ao escritório de advocacia.

O telefone usado por Cláudia para conversar com o empresário Rômulo Lessa, que encomendou a vacinação, nunca foi localizado.
O dono do escritório é o advogado Carlos Alberto Arges Júnior. A Polícia Federal vai investigar a ligação entre ele e a falsa enfermeira.
Carlos Alberto Arges já foi preso, em 2019, suspeito de subornar agentes federais pra ter acesso a investigações sigilosas.
Dados do GPS do carro de Junio também revelam que, uma semana antes, portanto, antes da denúncia da vacinação clandestina, o veículo esteve no mesmo escritório duas vezes.
Carlos Alberto Arges Júnior disse que não vai se posicionar. A defesa de Claudia não atendeu nossas ligações.
Até as 18h50 desta terça-feira (15), ela prestava depoimento à Polícia Federal.
Fonte: G-1 Minas