Comerciante leopoldinense recebeu trote de falso sequestro da filha e relatou a situação. Polícia Civil orienta a população sobre este golpe que vem ocorrendo em todo o país.
Uma comerciante leopoldinense, de 30 anos, levou um susto enquanto trabalhava na tarde desta segunda-feira, 9 de janeiro, em Leopoldina. Ela recebeu uma ligação com uma voz feminina informando que estaria sendo sequestrada e logo em seguida um homem começou a dizer que se ela informasse à polícia, sua filha morreria. A leitora do jornal O Vigilante Online conta que levou um susto, pois é mãe de uma criança de 6 anos, porém soube lidar com a situação, pois já conhece alguns casos semelhantes.
Neste crime, os bandidos ligam para as vítimas e tentam, por meio de pressão psicológica, obter dinheiro dizendo que um parente próximo está sequestrado e sob ameaça de morte. Segundo a leitora, conversando com amigos, uma conhecida disse que há poucos dias também foi alvo de um trote semelhante e, portanto resolveu entrar em contato com a redação do jornal para de certa forma alertar a população.
No golpe do falso sequestro é comum a exigência de dinheiro como resgate. Geralmente as ligações vêm de fora do Estado e partem de bandidos que atuam de dentro dos presídios. “Você acaba de ganhar um prêmio de R$ 50 mil, ligue para 011**”, “Estamos com seu filho, deposite R$ 10 mil para pagar o resgate”, mensagens e telefonemas como esses diariamente fazem vítimas em todo o Brasil.
Em outubro de 2016 um homem de 45 anos registrou uma ocorrência em Leopoldina relatando que havia recebido uma ligação de uma pessoa informando o sequestro de sua filha, condicionando a libertação após o pagamento de R$ 1 mil reais. O homem atordoado com a situação realizou o depósito em uma conta corrente da Caixa e depois percebeu que havia sido vítima de um golpe. Em setembro do mesmo ano, um senhor de 78 anos também foi lesado. Os criminosos solicitaram a quantia de R$ 5 mil pelo resgate, porém a vítima conseguiu depositar o valor de R$ 600, momento em que conseguiu contato com a sua filha.
De acordo com o Investigador da Polícia Civil de Leopoldina e diretor do Sindicato da categoria, Lucas Werneck, mesmo com as diversas informações, é comum as pessoas caírem neste golpe. Criminosos se aproveitam da fragilidade de algumas pessoas na tentativa de enganá-las. O policial ressalta que infelizmente a maioria dos golpes não são registrados, por isto, a importância de repassar algumas orientações sobre como evitar este tipo de crime.
A Polícia Civil de Minas Gerais orienta a população sobre este golpe que vem ocorrendo em todo o país:
• Não receba ligações a cobrar: Se o interlocutor for desconhecido, desligue. Policiais e bombeiros não telefonam para informar sobre acidentes (a tarefa cabe aos hospitais), nem ligam a cobrar.
• Não ajude o bandido dando-lhe informações: O nervosismo faz com que muita gente, sem perceber, acabe passando aos bandidos informações que serão usadas para pressioná-las. Em nenhuma hipótese revele nomes de parentes a desconhecidos por telefone.
• Tire os adesivos do carro: Adesivos com o nome da academia de ginástica ou da faculdade, assim como placas que reproduzem o apelido dos motoristas (Bia, Léo etc.), além de páginas em redes sociais, são preciosas fontes de informação para os bandidos. Evite e peça aos seus filhos para evitarem este tipo de conduta, conhecida como “currículo automotivo”.
• Oriente também os idosos: Tanto ou mais do que crianças e empregadas, são as pessoas idosas da família as mais vulneráveis à manipulação dos bandidos. Muitas vezes, por se sentirem sozinhas, elas podem prolongar conversas com desconhecidos e acabarem por municiar criminosos.
• Pare para raciocinar: O pânico diante da possibilidade de um parente estar acidentado ou sequestrado faz com que muitas pessoas deixem de tomar atitudes óbvias, como checar se a informação é verdadeira. Segundo a Polícia, frequentemente as vítimas deixam de ligar para o suposto sequestrado, não porque são impedidas de fazê-lo, mas porque a ideia não lhes ocorre no momento de desespero.
• Desconfie de ligações longas: Segundo estatísticas da Polícia, 90% dos primeiros contatos telefônicos feitos por sequestradores reais duram menos de um minuto. Por temerem ser rastreados, eles nunca fazem ligações longas.
• Duvide do choro das vítimas: Apelos chorosos de supostos sequestrados têm sido usados com frequência pelos golpistas. A Polícia sabe que raramente sequestradores telefonam do mesmo lugar em que está a vítima. Sabem que podem ser rastreados e ter o cativeiro descoberto.
• Faça o registro na Polícia: Se você cair no golpe, não deixe de registrar a ocorrência na Polícia. De posse de informações como o número de origem da chamada criminosa ou o número da conta em que o “resgate” foi depositado, a Polícia pode identificar o criminoso e evitar que mais pessoas sejam vítimas dele.
• Desobedeça ao bandido: Ligue para o suposto sequestrado, ainda que o bandido diga para não fazê-lo. Se conseguir contato, o caso está resolvido. Se não, tente um amigo ou parente dele. A hipótese de um sequestrador real fazer essa ameaça é remota – bandidos não vão matar a vítima, e perder seu trunfo, apenas porque o celular dela tocou.
Fonte: O VIGILANTE ONLINE