Abel Ferreira não poupou elogios aos jogadores do Palmeiras após a vitória sobre o Botafogo por 4 a 3, de virada, na noite desta quarta-feira, no estádio Nilton Santos, em confronto direto entre líder e vice-líder e válido pela 31ª rodada do Campeonato Brasileiro.
O técnico português disse que apenas a sua equipe seria capaz de uma atuação e de uma virada como foi feita contra o Botafogo. Apesar disso, evita dizer que o Palmeiras briga pelo título brasileiro.
Não é... Só uma equipe no Brasil capaz de fazer o que fizemos aqui, quer gostem ou não, quer a gente ganhe títulos ou não. Só uma equipe é capaz de fazer esse tipo de jogos, que é a nossa. E mais uma vez essa equipe mostrou a mentalidade que tem, a força que tem e foi uma vitória importante para nós. O objetivo não vai mudar. É um jogo de cada vez e cada jogo jogar para ganhar – disse Abel.
A vantagem do Botafogo para o Palmeiras é de apenas três pontos, com o time carioca tendo uma partida a menos que o rival. Apesar do cenário positivo e do bom momento ao ter conquistado a quarta vitória seguida no Brasileirão, Abel pediu calma na sequência do clube na competição.
– Não vou alterar aquilo que disse há um turno atrás quando o Botafogo ganhou na nossa casa. Disse que o Botafogo tinha tudo para ser campeão e a única equipe que só depende deles para ser campeão. Portanto tem essa vantagem e isso não vou alterar. Nós vamos procurar a fazer nossos jogos. Temos jogos difíceis, quem conhece o Brasileirão, como eu agora conheço, sabe.
– Foi um jogo que vai ficar nas nossas memórias, que vai ficar na minha memória seguramente. Nos treinos acreditamos que é possível virar jogos de 7 a 0 para 8 a 7, portanto passa para o jogo – disse Abel.
A vitória deixou o Palmeiras a apenas três pontos do Botafogo, que tem uma partida a menos na competição. No sábado, às 21h30 (de Brasília), o Verdão enfrenta o Athletico-PR, na Arena Barueri.
Veja outros trechos da coletiva de Abel Ferreira:
– A expulsão eu fiquei... no mínimo tinha que haver um amarelo, e o árbitro não deu nada, depois transformou-se numa expulsão. Eu já apanhei muito do STJD, muito. E apanhei e outros colegas fizeram o mesmo que eu e não tiveram a mesma penalização. Mas eu guardo tudo. Eu perdoo todos, mas não esqueço de nada.
Emocional do time e de Endrick
– Isso é o que mais me enche de orgulho nessa equipe e não é de hoje, é de sempre. Embora... nem todos pensem da mesma maneira que eu, no meu entender como treinador, essa equipe nunca... faltou inspiração, qualidade técnica, mas entrega e esforço nunca faltou. Nunca cheguei ao final de um jogo que dissesse: minha equipe, que às vezes digo, "hoje não ganhamos porque vocês não entregaram o que podiam, vocês não esforçaram"... Nunca. Às vezes acontece de estarmos menos inspirados.
– Falando de Endrick e da equipe, essa é uma equipe que tem uma mistura. Endrick como todos os outros começou muito bem o ano, passou um período muito mal, alguns de vocês até queriam colocar ele na equipe B porque é muito jovem. Só que um treinador como eu, que tem 44 anos, que veio de uma das melhores formações do futebol do mundo e que passou em todos os clubes onde passou, teve sempre jogadores à disposição, os clubes não ganharam títulos, mas muito dinheiro com jogadores puxados para a principal.
– Não é por acaso que o Real Madrid, que os olheiros do Real Madrid são competentes. Agora estamos a falar mais uma vez, de um menino de 17 anos, que ainda não é maior de idade, que tem oscilações, mas é sempre bom essa mistura da irreverência dos mais jovens e a experiência dos mais velhos dá nessa mística.
– Ao intervalo disse a eles duas coisas: é impossível fazermos pior que a primeira parte e era fundamental entrarmos, fazermos um gol para tentar no jogo. E correu tudo bem, fizemos o gol, a seguir outro que estava fora do jogo, estar com menos um nos deu vantagem, e as substituições foram pra ir arriscar. Ao contrário dos outros jogos, que poderíams ter ganho, essa última bola do Murilo que entrou, o Rony teve duas contra o Boca para fazer o 2 a 1 e não conseguimos fazer e o futebol é assim mesmo. É mágimo por isso mesmo.
– Faltava só um dos nossos laterais desfazer da linha de cinco e bater no lateral deles. Só isso que faltava. Foi a única alteração que eu fiz da primeira para a segunda parte. E na primeira parte ficaram os nossos dois laterais agarrados aos pontas deles. E eu como o resultado da minha comunicação é o que vejo em campo, o que eu lhes disse não foi interpretado, então eu parto do princípio que a responsabilidade é minha. Portanto foi isso que trocamos na segunda parte.
– Voltei a falar no português do Brasil, porque acho que eles não entenderam o que eu disse, mas a responsabilidade é minha, porque é tático e tático é minha. E é verdade que só fizemos essa finalização, mas tem a ver com a forma como defendemos. A forma como defendemos influencia a forma de atacar e a forma de atacar influencia a forma de defender, estão interligadas.
– Muito honestamente ao fim da primeira parte o resumo que eu fiz foi: eu não ajudei os meus jogadores com a ideia que eu tinha. Então o que fizemos foi corrigir e ser muito claros e específicos naquilo que queríamos na segunda parte. E eles fizeram e correu tudo bem.
Fonte: GE