Às sete horas da noite de domingo (5), o Ministério da Educação concluiu a aplicação das provas neste primeiro dia de realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Após a conclusão e o balanço dos primeiros dados que chegaram à sala de situação do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o ministro Camilo Santana adiantou alguns, entre eles as ausências e o número de eliminados, e garantiu que os estudantes afetados por doenças infectocontagiosas ou por problemas logísticos poderão realizar a prova em dezembro.
Esses alunos devem solicitar a reaplicação entre os dias 13 e 17 de novembro através da Página do Participante, onde também são feitas as inscrições. As provas nesta espécie de segunda chamada serão aplicadas nos dias 12 e 13 de dezembro. Até o encerramento da coletiva concedida pelo ministro na sede do Inep, em Brasília, 98,3% dos dados ligados à aplicação do Enem estavam apurados. Esses números dão conta de que 905 pessoas sofreram com emergências médicas ou problemas com abastecimento de água e falhas no fornecimento de energia elétrica durante a prova. Em três escolas de Santa Catarina, as chuvas dos últimos dias causaram graves estragos que impediram a aplicação do teste neste domingo.
Na região metropolitana de São Paulo, atingida por um apagão provocado pelo temporal da última sexta-feira (3), a realização da prova não foi afetada. Uma operação do Ministério de Minas e Energia feita a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) garantiu o fornecimento de geradores de energia para as escolas que permaneciam sem luz.
Repetindo o gesto do presidente Lula na ida ao Inep nesta manhã de domingo, o ministro Camilo Santana reiterou que o governo quer recuperar os altos índices de inscritos no Enem. No ano passado, o teste registrou o menor número de matriculados em 17 anos: 3,4 milhões. Nesta edição, subiu para 3,9 milhões. O petista levantou a possibilidade do governo tornar gratuita a taxa de inscrição; hoje, R$ 85.
Apesar do crescimento de cerca de 500 mil inscrições de um ano para a outro, a taxa de abstenções se manteve estável: 28,1% dos alunos não compareceram aos locais de prova neste primeiro domingo. Entre os que foram, cerca de 4 mil acabaram eliminados por usar equipamentos eletrônicos, deixar a sala de aplicação antes do horário previsto, usar 'colas' para consulta ou desrespeitar as orientações dos fiscais.
Suspeita de fraude. Minutos após o início da prova, às 13h30, começaram a circular imagens da página da redação do Enem nas redes sociais. O Inep acionou a Polícia Federal (PF) para investigar o episódio. Segundo afirmou o Ministério da Educação neste domingo à noite, não houve vazamento e as fotografias foram feitas após a distribuição da prova para os estudantes.
"Solicitamos que a Polícia Federal faça as investigações necessárias. Os estudantes só podem sair com a prova a partir de 18h30. Qualquer momento anterior é infração", indicou o presidente do Inep, Manuel Palácios. "Duas diligências já foram feitas", esclareceu o ministro. "Uma em Pernambuco e outra no Distrito Federal. Conversei com o superintendente da Polícia Federal e com o ministro Flávio Dino para pedir apoio na investigação", concluiu Santana.
Fonte: Site da Rádio Itatiaia
