Portugal ofereceu ajuda para ministros do STF deixarem o Brasil em 8 de janeiro
BRASIL
Publicado em 05/01/2024

Durante os atos de depredação aos prédios dos Três Poderes, presidente de Portugal ofereceu abrigo aos ministros do STF e parentes, dentro e fora do Brasil

Passava das 18 horas de 8 janeiro de 2023 em Brasília quando alguns dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) começaram a receber ligações do presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa. Ele não só queria saber como estavam, mas onde estavam e se queriam deixar o Brasil com familiares. Oferecia ajuda.

O plano emergencial incluía transporte em aviões da TAP que tinham voos comerciais programados para decolar de grandes cidades brasileiras naquela noite em direção à Lisboa. Bastava os magistrados se dirigirem aos aeroportos onde estavam as aeronaves da empresa portuguesa para embarcarem como prioridade.

Sousa também disponibilizou abrigo aos ministros do STF e parentes, dentro e fora do Brasil. E, se não conseguissem um meio seguro e rápido para chegar a um terminal onde estivesse um avião da TAP, poderiam permanecer na Embaixada de Portugal em Brasília ou em um dos seus consulados no país. Caso embarcassem, o presidente português garantiu aos membros do tribunal exílio, além de proteção policial, pelo tempo que desejassem.

Os ministros com quem Sousa conseguiu contato agradeceram por tudo, mas recusaram os serviços portugueses. Avaliaram que, àquela altura, o pior já havia passado. No início da noite daquele dia, policiais militares começavam a evacuar os prédios públicos dos Três Poderes invadidos e depredados por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Sem a adesão das Forças Armadas, o movimento perdeu força.

No horário em que o presidente de Portugal oferecia ajuda os membros da Corte, as pessoas que haviam iniciado a marcha do Quartel-General (QG) do Exército em direção à Esplanada dos Ministérios por volta das 13 horas daquele domingo de sol forte já haviam sido detidas ou retornavam para o QG. Lá, haviam montado um acampamento desde a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a presidência.

Foto: Fellipe Sampaio/STF

Fonte: O Tempo

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