Maconha está atacando cérebros jovens, dizem especialistas
BRASIL
Publicado em 12/01/2024

 

As taxas de diagnóstico de transtornos mentais relacionados ao uso de maconha aumentaram mais de 50% nos Estados Unidos em comparação com os últimos números disponíveis de 2019, revela um relatório do instituto de análise de saúde Truveta, citado pelo The Wall Street Journal.

O professor de psiquiatria na Faculdade de Medicina da Universidade de Yale, Deepak D’Souza, reconheceu que “os sintomas de transtornos mentais graves, incluindo esquizofrenia, normalmente surgem na adolescência, e a cannabis não pode ser isolada como culpada em nenhum caso específico”. No entanto, ele afirmou que “grandes estudos mostram uma ligação clara entre o uso frequente e mais potente de cannabis e taxas mais elevadas de psicose, especialmente entre os jovens consumidores”.

Segundo o especialista em Toxicologia do Hospital Durand e diretor de Toxicologia da Fundação Ibero-Americana de Saúde Pública, Francisco Dadic, a maconha possui uma substância chamada THC, que é psicotrópica e psicoativa, causando modificações cerebrais que podem levar a episódios psicóticos, paranoia e até mesmo delírio paranoico em altas concentrações.

O aumento do consumo, segundo a psiquiatra Geraldine Peronace, está relacionado à visão mais complacente da substância, que tem se disseminado na cultura e nas redes sociais. Ela destacou que, apesar da mensagem social de que a maconha não faz mal, os casos de perturbações mentais na psiquiatria estão aumentando.

O Dr. Deepali Gershan, psiquiatra especializada em dependências, ressaltou que a cannabis atual não é a mesma de décadas atrás e observou que até 20% de seus casos envolvem pacientes em que o consumo de cannabis desencadeou episódios psicóticos.

Especialistas alertam para a complexa relação entre o consumo de cannabis, seu impacto no bem-estar emocional e a importância de abordar esse problema, especialmente considerando que a cannabis atual é muitas vezes mais potente do que as variedades comuns de décadas atrás.

O aumento do consumo em idades mais jovens é uma preocupação, e especialistas destacam que a diminuição da idade de início do consumo de tabaco está ligada ao uso de cannabis, evidenciando a busca pela excitação e estímulo entre os jovens. O início precoce do consumo de cannabis está associado a maiores chances de desenvolver transtornos relacionados ao uso dessa substância em idades mais avançadas.

 

Os médicos do Hospital Infantil de Boston relatam que estão tratando mais crianças com transtornos psicóticos decorrentes do uso de cannabis, alertando para o ataque aos cérebros jovens. Especialistas destacam a evolução da maconha, que agora pode conter THC altamente concentrado, e seus derivados criados em laboratório, que eram raros há alguns anos.

Fonte: Gazeta Brasil

 

 

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