Estudo aponta conexão entre infecções por COVID-19 durante a gravidez e problemas respiratórios em bebês
BRASIL
Publicado em 26/01/2024

 

Bebês nascidos de mães que pegaram COVID-19 durante a gravidez apresentam “taxas anormalmente altas” de problemas respiratórios ao nascer ou logo depois, segundo um estudo publicado na Nature Communications.

Embora estudos tenham mostrado que contrair COVID durante a gravidez tem sido associado a resultados adversos para mães e bebês recém-nascidos, os autores do estudo observam uma crescente preocupação com as consequências de longo prazo para os bebês após o nascimento.

Estudos anteriores encontraram riscos de hipoxia materna e falência multiorgânica, que podem levar a parto prematuro, natimorto e problemas de neurodesenvolvimento. Mas o recente estudo descobriu que, se uma mãe for exposta à COVID, isso pode inflamar as vias aéreas do recém-nascido e levar a uma respiração mais lenta, pele pálida ou azulada, narinas alargadas ou retração do peito a cada respiração.

Enquanto o estudo constata que o vírus aumenta o risco de problemas respiratórios para bebês após o nascimento, o risco de uma mãe transmitir o vírus COVID-19 no útero continua baixo.

Mais de 200 mulheres com COVID-19 participaram do estudo em Los Angeles. Nenhum dos bebês testou positivo para a infecção ao nascer, mas cerca de 17% foram diagnosticados com problemas respiratórios, o que é mais alto do que a média para recém-nascidos.

Os bebês que estavam com problemas respiratórios ficaram no hospital por cerca de 24 dias, disse a Dra. Olivia Man, autora do estudo, à NBC News, que noticiou o estudo em primeira mão.

O momento em que a mãe contraiu COVID durante a gravidez não teve impacto sobre a ocorrência de problemas respiratórios no bebê.

A vacinação teve um papel importante nos resultados do estudo. Mães não vacinadas tinham três vezes mais chances de ocorrência de problemas respiratórios em seus bebês, em comparação com mães que tinham pelo menos uma dose da vacina da COVID.

Se uma mãe contrai a infecção, seu corpo produzirá mais citocinas, que estão envolvidas na resposta imune do corpo e desencadeiam a inflamação. A inflamação na mãe pode ativar células inflamatórias no bebê.

Man disse à NBC News que os médicos acreditam que a infecção por COVID na mãe irá passar da mãe para o bebê, que está “respondendo à própria inflamação de sua mãe”. As consequências de longo prazo ainda não são conhecidas, mas Man disse que podem incluir asma.

 

Nem todas as mães que contraem COVID durante a gravidez terão resultados negativos com seus bebês. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) afirma que é seguro para uma gestante receber a vacina da COVID em qualquer momento da gravidez, pois ela ajuda a construir anticorpos que protegerão o bebê de contrair o vírus.

Fonte: Gazeta Brasil

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