Velado na sede do Flamengo, o jornalista Washington Rodrigues morreu justamente enquanto torcia pelo clube. Rubro-negro assumido, o comentarista esportivo de 87 anos tratava um câncer no fígado. Na noite da última quarta, ele assistia ao jogo entre o time e o Bolívar-BOL, pela Copa Libertadores. O time carioca venceu por 4 a 0.
Segundo sua filha, Patrícia, Apolinho acompanhou a partida até o terceiro gol do time, marcado por Everton Cebolinha. Morreu em seguida.
Ele assistiu ao primeiro tempo, ouviu o terceiro gol e deu o último suspiro tranquilo e sereno - contou Patrícia durante o velório do pai.
A morte de Apolinho chegou ao conhecimento dos presentes no Maracanã durante o segundo tempo da partida. A goleada por 4 a 0 fez a noite terminar em grande festa na arquibancada. O Flamengo aproveitou para lembrar, em suas redes sociais, que o termo "chocolate" para se referir a goleadas foi criado justamente pelo jornalista.
- Foi uma festa linda no Maracanã, com todas as luzes acessas. Acho que fez ele chegar mais feliz no céu. Ele morreu feliz com o Flamengo - completou Patrícia.
Washington Rodrigues já foi técnico do Flamengo
A relação entre Apolinho e o Flamengo era forte e pública. Apesar de ter passado boa parte de sua jornada profissional trabalhando em rádio, em 1995 o jornalista aceitou um desafio o tanto quanto inusitado: treinar a equipe profissional de futebol do Flamengo.
O Flamengo vivia o ano de seu centenário e Kleber Leite, então presidente do clube, convidou Apolinho para assumir o comando do time. Rubro-negro de coração, ele logo aceitou o maior desafio de sua vida.
Mas a passagem no comando da equipe não foi boa. Foram 26 partidas, 11 vitórias, oito empates e sete derrotas. O aproveitamento do período é de 52%, considerado mediano. No entanto, o contexto de ano do centenário e de expectativa em torno do chamado "ataque dos sonhos" (Sávio, Romário e Edmundo) fez com que a exigência por resultados positivos fosse maior.
Fonte: Jornal Extra