Fiocruz cria alerta máximo para crescimento de vírus respiratório em crianças
BRASIL
Publicado em 05/07/2024

 

Diante deste cenário, a Fiocruz orienta que a população elegível se vacine contra o vírus da covid-19 e também da influenza A.

O novo Boletim do InfoGripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado nesta quinta-feira (4), no Rio de Janeiro, destaca a alta circulação do vírus sincicial respiratório (VSR) em crianças, com valores expressivos de incidência e mortalidade. Outro vírus com destaque na população infantil é o rinovírus.

O estudo também sinaliza manutenção do crescimento dos vírus da influenza, VSR e rinovírus em estados da região centro-sul como Espírito Santo, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e São Paulo. A análise indica uma continuidade do aumento de novas hospitalizações por VSR e rinovírus em alguns estados do Norte, como Roraima, Amapá e Ceará.

Em relação à covid-19, o InfoGripe alerta para o início de atividade do vírus em alguns estados das regiões Norte e Nordeste, em especial no Piauí e no Ceará, ainda que siga em patamares baixos quando comparados ao histórico de circulação no país. Nas últimas semanas, a maior parte das hospitalizações por SRAG em idosos foi causada pela covid-19.

"É importante que tanto hospitais quanto unidades sentinelas de síndrome gripal fiquem atentos para qualquer sinal de aumento de circulação do vírus nessas regiões", disse a pesquisadora do Programa de Computação Científica da Fiocruz (Procc/Fiocruz) e do InfoGripe, Tatiana Portella.

Vacinação

Diante deste cenário, a especialista orienta que a população elegível se vacine contra o vírus da covid-19 e também da influenza A. É recomendado ainda o uso de máscaras em locais fechados, com baixa circulação de ar e dentro das unidades de saúde.

Em caso de aparecimento de sintomas, a orientação é ficar em casa de repouso, evitando a transmissão do vírus. Caso não seja possível, a indicação é sair de casa fazendo uso da máscara e, havendo uma piora desses sintomas, é fundamental buscar atendimento médico.

Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 21,5% para influenza A, 0,8% para influenza B, 43,8% para vírus sincicial respiratório e 6,9% para Sars-CoV-2 (Covid-19).

Entre os óbitos, a prevalência entre os casos positivos foi de 46,3% de influenza A, 1,1% de influenza B, 21,4% de vírus sincicial respiratório e 20% de Sars-CoV-2 (Covid-19).

Impacto na Saúde Pública

O aumento das infecções virais respiratórias, como o vírus sincicial respiratório (VSR), rinovírus, influenza A e Covid-19, exerce um impacto significativo na saúde pública. Essas doenças podem sobrecarregar os sistemas de saúde, especialmente durante picos sazonais. 

A alta incidência entre crianças e idosos é particularmente preocupante, devido ao potencial de complicações graves que podem levar à hospitalização e até mesmo à morte. Além disso, a carga econômica associada ao tratamento dessas infecções e à perda de produtividade também deve ser considerada.

Comparação de Sintomas e Diagnóstico

Embora muitas dessas infecções compartilhem sintomas respiratórios comuns, como tosse, febre e dificuldade respiratória, existem diferenças importantes que podem afetar o diagnóstico e o manejo clínico.

O VSR, por exemplo, pode causar sintomas mais graves em crianças pequenas, enquanto os idosos são mais vulneráveis ​​às complicações da influenza e da Covid-19. O diagnóstico precoce e preciso é crucial para o tratamento adequado e para evitar a propagação desses vírus.

Estratégias de Prevenção

Além da vacinação, que é uma medida fundamental de prevenção contra a influenza e Covid-19, estratégias como o uso de máscaras em locais fechados, a higiene das mãos e o distanciamento social desempenham um papel crucial na redução da transmissão viral.

Em ambientes como escolas e creches, onde as crianças são mais suscetíveis à propagação de doenças respiratórias, medidas de higiene rigorosas e políticas de controle de infecções são essenciais para mitigar surtos.

Pesquisa e Desenvolvimento de Vacinas

O desenvolvimento contínuo de vacinas contra vírus como o VSR e rinovírus é fundamental para reduzir a carga de doenças respiratórias na população, especialmente entre os grupos de maior risco.

Avanços recentes na tecnologia de vacinas podem oferecer promessas de vacinas mais eficazes e seguras. Além disso, a pesquisa contínua visa entender melhor a epidemiologia dessas infecções e desenvolver estratégias de vacinação mais adaptáveis e eficazes.

Esses aspectos não apenas destacam a importância de medidas preventivas e de pesquisa, mas também ressaltam a complexidade do controle de infecções virais respiratórias e a necessidade de uma abordagem multifacetada para proteger a saúde pública.

Em resumo, o alerta emitido pela Fiocruz sobre o crescimento dos vírus respiratórios em crianças destaca um cenário preocupante para a saúde pública. A elevada incidência de vírus como o sincicial respiratório (VSR) e rinovírus, além da contínua presença do vírus da influenza e da Covid-19 em diferentes estados brasileiros, ressalta a necessidade urgente de medidas preventivas e estratégias de controle eficazes.

A complexidade do diagnóstico diferencial entre essas infecções, especialmente em períodos de sazonalidade variável, representa um desafio adicional. A vulnerabilidade de grupos específicos, como crianças pequenas e idosos, aumenta o risco de complicações graves e demanda uma abordagem cuidadosa na implementação de políticas de saúde pública.

Para enfrentar esses desafios, é crucial promover a vacinação ampla contra a Covid-19 e influenza, incentivando também o uso de máscaras em ambientes fechados e a adoção de medidas de higiene rigorosas. 

Além disso, investimentos contínuos em pesquisa para o desenvolvimento de vacinas mais eficazes contra o VSR e rinovírus são fundamentais para reduzir a carga dessas doenças.

A colaboração entre profissionais de saúde, autoridades governamentais e a população em geral é essencial para monitorar de perto a evolução dessas infecções e implementar respostas rápidas e eficazes quando necessário. 

Através dessas ações coordenadas, podemos melhor proteger a saúde pública e mitigar os impactos adversos dessas infecções virais respiratórias.

Algumas Informações: Portal O Tempo e site Cerqueira e Notícias
Direitos Autorais Imagem de Capa:  Rodrigo Clemente/PBH/ Divulgação

 

 

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