O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, defendeu nesta terça-feira (13) as ações da autoridade monetária, destacando que as decisões sobre a taxa Selic visam direcionar a inflação para a faixa da meta e aliviar o impacto sobre a população mais pobre.
A declaração foi feita na Câmara dos Deputados, após convocação conjunta das Comissões de Desenvolvimento Econômico e de Finanças e Tributação.
Campos Neto justificou a manutenção da taxa de juros elevada para conter a inflação, reconhecendo que essa medida pode afetar o crescimento econômico. No entanto, ele argumentou que a persistência da taxa nas últimas duas reuniões tem contribuído para o controle da inflação e beneficiado especialmente a população de baixa renda.
“É obvio que a taxa de juros alta freia a economia, mas o crescimento tem surpreendido para a melhor. Se todos nós pagamos as contas das taxas de juros, se a gente não cuidar da inflação quem vai pagar de verdade a conta é a população mais pobre”, afirmou o presidente do BC.
Campos Neto apresentou o cenário de inflação no Brasil. Ele levou à Câmara dados para ilustrar que o Brasil atravessa desde 2019 a menor inflação do período e a menor taxa de juros.
“Não é possível afirmar que a gente tem uma taxa de juros exorbitante, apesar de ter uma inflação muito baixa”, disse.
“A gente tem hoje uma taxa Selic menor do que a média e uma inflação menor do que a média, mesmo passado por um período de inflação global muito grande”, afirmou Campos Neto.
O presidente do BC reconhece que as taxas não refletem um cenário confortável. Apesar de indicar que as taxas de juros real e nominal são as mais baixas para um intervalo de 5 anos desde 1999, Campos Neto classifica as taxas ainda como “absurdamente altas”.
O presidente do BC defende a busca pela taxa de juros neutra. Campos Neto afirma que a política monetária conduzida pela autoridade monetária tem como foco um limite dos juros que não gera inflação nem desinflação.
Ele explicou que, quanto mais baixa essa taxa de juros neutra, melhor, porque é possível trabalhar com uma taxa mais baixa sem gerar inflação.
Fonte: Gazeta Brasil