Os preços da gasolina e do diesel comercializados no Brasil pela Petrobras estão mais caros que nos mercados globais, segundo dados da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) publicados nesta quarta-feira (11).
A avaliação se dá em meio ao cenário de recuo de 3,69% do barril tipo Brent — usado como referência pela estatal — no fechamento da última terça (10), a US$ 69,19. Nesta quarta, porém, parte das perdas foi devolvida com avanço de 2,05%, a US$ 70,61 o barril.
Segundo a Abicom, o cenário médio de preços está acima da paridade de importação (PPI) para o óleo diesel e para a gasolina. A defasagem média nos polos Petrobras, no caso do óleo, chegou a 4%. Já a da gasolina, a 7%.
O relatório da Associação apontou ainda que, pela primeira vez no ano, a defasagem média do óleo diesel e da gasolina em valor por litro atingiu, no início de setembro, patamar positivo.
No caso da gasolina, está em R$ 0,20 por litro. Já no recorte do óleo diesel, está em 0,15.
Os resultados se destacam devido à “estabilidade no câmbio e à ligeira redução nos preços de referência da gasolina e do óleo diesel no mercado internacional no fechamento do dia útil anterior”, conforme destacado pela Abicom.
O petróleo enfrentou perdas nos últimos dias com preocupações com a demanda global, sobretudo na China.
Os dados indicam que, com essa pressão do mercado internacional e do câmbio sobre os preços domésticos, o valor da paridade de importação teve acúmulo de redução de R$ 0,38% desde o último reajuste nos preços da Petrobras.
O primeiro ponto, segundo o diretor da associação, é que a Líbia continua com conflitos internos, dificultando a movimentação do petróleo e derivados. Esse é um fundamento de elevação de preço.
Da mesma forma, Araujo aponta que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) adiou a redução da oferta, colaborando para a tendência de aumento de preços.
O terceiro elemento de elevação de custos indicado pelo especialista é que foi observada, nos últimos dias, uma demanda mais acentuada por parte da China, um grande consumidor dos derivados do petróleo.
Por último, Araujo sinaliza que existe a ameaça de um furacão no golfo do México, dificultando a comercialização de combustíveis, dos derivados do petróleo. Este fator também contribui para a tendência de aumento de preços.
Em entrevista à CNN, o presidente da Abicom, Sergio Araujo apontou que ainda é cedo para a Petrobras reajustar os preços. Segundo ele, existem quatro pontos que mantêm a volatilidade elevada e são desfavoráveis à decisão no momento.
Fonte: Jovem Pan