A Polícia Federal concluiu o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, juntamente com os ex-ministros Braga Netto, Paulo Sérgio Nogueira e Augusto Heleno, além de mais 33 indivíduos. As acusações incluem tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado democrático de direito e formação de organização criminosa. O relatório resultante foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) para análise.
“As provas foram obtidas por meio de diversas diligências policiais realizadas ao longo de quase dois anos, com base em quebra de sigilos telemático, telefônico, bancário, fiscal, colaboração premiada, buscas e apreensões, entre outras medidas devidamente autorizadas pelo poder Judiciário”, relatou a Polícia Federal em nota.
De acordo com os dados coletados, durante a gestão de Bolsonaro, houveram discussões entre oficiais das Forças Armadas e ministros sobre a possibilidade de um golpe, que não se concretizou devido à falta de apoio dos altos comandos do Exército e da Aeronáutica. Os generais que depuseram no inquérito implicaram diretamente Bolsonaro.
Um dos principais colaboradores da investigação foi o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que firmou um acordo de delação premiada. Embora Bolsonaro tenha negado qualquer envolvimento em tentativas de ruptura institucional, o general Freire Gomes revelou que o ex-presidente participou de discussões sobre a elaboração de minutas relacionadas a ações golpistas.
Em dezembro de 2022, um encontro significativo ocorreu no Palácio da Alvorada, onde foram debatidas estratégias para obstruir a posse de Lula. Documentos pertinentes a essas discussões foram encontrados no celular de Cid. Os ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica enfrentaram críticas por não se envolverem no plano golpista, enquanto Braga Netto foi indiciado por supostamente ter ordenado ataques contra os militares.
A PF também descobriu evidências de que Bolsonaro revisou e solicitou modificações em uma minuta que visava ações golpistas. A defesa do ex-presidente refuta qualquer alegação de participação em atividades ilegais. As conclusões da investigação foram encaminhadas ao ministro Alexandre de Moraes, que agora deve decidir sobre o encaminhamento do caso à Procuradoria Geral da República.
Veja a lista completa com o nome dos indiciados
Ailton Gonçalves Moraes Barros
Alexandre Castilho Bitencourt Da Silva
Alexandre Rodrigues Ramagem
Almir Garnier Santos
Amauri Feres Saad
Anderson Gustavo Torres
Anderson Lima De Moura
Angelo Martins Denicoli
Augusto Heleno Ribeiro Pereira
Bernardo Romao Correa Netto
Carlos Cesar Moretzsohn Rocha
Carlos Giovani Delevati Pasini
Cleverson Ney Magalhães
Estevam Cals Theophilo Gaspar De Oliveira
Fabrício Moreira De Bastos
Filipe Garcia Martins
Fernando Cerimedo
Giancarlo Gomes Rodrigues
Guilherme Marques De Almeida
Hélio Ferreira Lima
Jair Messias Bolsonaro
José Eduardo De Oliveira E Silva
Laercio Vergilio
Marcelo Bormevet
Marcelo Costa Câmara
Mario Fernandes
Mauro Cesar Barbosa Cid
Nilton Diniz Rodrigues
Paulo Renato De Oliveira Figueiredo Filho
Paulo Sérgio Nogueira De Oliveira
Rafael Martins De Oliveira
Ronald Ferreira De Araujo Junior
Sergio Ricardo Cavaliere De Medeiros
Tércio Arnaud Tomaz
Valdemar Costa Neto
Walter Souza Braga Netto
Wladimir Matos Soares.
Fonte: Site da Jovem Pan