Segundo os pesquisadores, as áreas desmatadas e ainda não queimadas desde 2019 e uma seca intensa provocada pelo fenômeno La Niña indicam atenção especial para a ocorrência do fogo na Amazônia especialmente no sul da região.
Mais de um terço dessa região sob risco está concentrado em apenas dez municípios de quatro estados: Amazonas, Mato Grosso, Pará e Rondônia.
O levantamento também esclarece que o fogo na Amazônia não é natural, mas provocado, principalmente, pelo desmatamento da floresta, e piorado pelas mudanças climática.
"Quando as florestas são cortadas, as árvores e os galhos mortos são empilhados para secar, completando o ciclo do desmatamento. Esse fogo, de grande intensidade, pode escapar para florestas e, se combinado a condições secas, causar grandes danos. Tais condições têm se tornado mais frequentes como resultado da combinação dos efeitos locais do desmatamento com as mudanças climáticas globais", diz o documento.
Apesar da suspensão do fogo em território nacional por 120 dias, o decreto da terça-feira permite uso do fogo nas seguintes hipóteses:
- práticas de prevenção e combate a incêndios realizadas ou supervisionadas pelas instituições públicas responsáveis pela prevenção e pelo combate aos incêndios florestais no País;
- práticas agrícolas de subsistência executadas pelas populações tradicionais e indígenas;
- atividades de pesquisa científica realizadas por Instituição Científica, Tecnológica e de Inovação - ICT, desde que autorizadas pelo órgão ambiental competente;
- controle fitossanitário, desde que autorizado pelo órgão ambiental competente;
- queimas controladas imprescindíveis à realização de práticas agrícolas e autorizadas por autoridade ambiental estadual ou distrital, em áreas não localizadas nos biomas Amazônia e Pantanal.
Em 2020, a região teve mais de 100 mil focos de queimadas registrados pelo Inpe, o maior em uma década. Em 2019, também houve aumento das queimadas e o número de focos de calor registrados foi 30% maior do que em 2018.
Contudo, em agosto de 2020, o Ministério do Meio Ambiente chegou a suspender todas as operações de combate ao desmatamento ilegal na Amazônia e às queimadas no Pantanal. Outras paralisações dos brigadistas se seguiram, mesmo dados do Inpe mostrando que o número de focos de incêndio registrados na Amazônia de janeiro a setembro já era o maior desde 2010.
Fonte: G-1