Segundo especialistas, o grupo de trabalhadores domésticos foi um dos mais atingidos pela pandemia, porque a atividade é presencial. Com a flexibilização das medidas de restrição contra a Covid e o avanço da vacinação, quem é diarista está voltando ao trabalho. São cerca de 4 milhões de pessoas em ação no país.
Entre os trabalhadores domésticos com carteira assinada, esse aumento foi de apenas 4%.
Dados do IBGE mostram que a ocupação dos trabalhadores domésticos sem carteira assinada aumentou 28% no país, entre julho e setembro deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado. Isso corresponde a 890 mil pessoas de volta ao mercado de trabalho.
“Foi o grupo que foi mais atingido, porque não tem nenhum tipo de proteção social. Não tem nenhuma carteira assinada, ou seja, não tem nenhum benefício. Teve o auxílio emergencial no ano passado que contribuiu bastante, e agora neste ano, com a saída do auxílio, as pessoas voltam a precisar buscar algum tipo de ocupação. Então, a tendência é que a informalidade, que são, nesse caso, os diaristas, tenham uma tendência de recuperação mais rápida que os de carteira assinada”, explica Rodolpho Tobler, economista e pesquisador do FGV/Ibre.
A professora Denise Marques da Silva sempre contou com trabalho de diaristas, mas com a pandemia teve que dispensar a diarista Valderez da Silva Oliveira.
“Fiquei preocupada comigo e com ela também, porque eu também cheguei a pegar Covid. Eu fui me virando, trabalhando online também, fazendo as coisas e me virando”, contou.
Agora a Valderez voltou. Ainda não conseguiu as cinco faxinas semanais de antes, mas o susto da falta de trabalho e de renda já está passando.
“Fiquei desesperada. Achei que eu não ia arrumar trabalho mais. Para gente que tem criança pequena em casa, às vezes a criança pede alguma coisa: ‘Mamãe, me dá isso’? ‘Ah, filho, mamãe não tem dinheiro hoje’. Aí fica difícil. De agora para frente, se Deus quiser, vai dar tudo certo. Dinheiro no bolso, com certeza”, disse.
Fonte: G-1