Leonardo Ávilla é professor de paleontologia e chefia o Laboratório de Mastozoologia da Unirio. O departamento estuda mamíferos extintos e faz diversas pesquisas de campo.
Ao Fantástico, ex-alunas que vieram do interior e eram bolsistas afirmaram que Ávilla tinha o poder de cortar o benefício e de expulsá-las do programa.
“Eu não podia me dar ao luxo de simplesmente dizer para ele que não porque eu tinha medo de ele me mandar embora do laboratório. Como é que eu ia fazer?”, contou uma vítima, que dormiu com Ávilla.
Também há relatos de retaliação na produção acadêmica, como a supressão de créditos em artigos e o arquivamento de pesquisas.
“Ele passou a mão na minha perna, na coxa, muito próximo da virilha. E perguntou se eu gostaria de fazer ménage com ele e a companheira”, disse Cristina Bertoni, ex-professora de paleontologia. Ela negou.
“Todo trabalho que eu havia feito foi publicado sem o meu nome na autoria do artigo”, afirmou.
Em um e-mail à equipe depois do que considerou “algo que me deixou muito triste” após uma expedição, o professor escreveu: “Esse laboratório não é um democracia [sic], tem um líder (...), as coisas devem ser como eu quero. Se alguem [sic] não concorda com isso, só existe uma solução, sair!!”.
Pesquisadoras também disseram que eram hospedadas na casa de Ávilla, que era casado, e denunciaram ataques quando a esposa não estava.
Outro episódio teria acontecido quando uma aluna dormia no alojamento numa viagem de pesquisa.
“Eu acordei sentindo alguém passar a mão nas minhas costas. Quando eu abri os olhos, ele estava ajoelhado ao meu lado e falou: ‘Vem comigo, hoje você vai realizar o seu sonho’. Aí eu falei: ‘Você está louco, sai daqui!’”, narrou.
Alexsander Silva, advogado do professor, negou qualquer tipo de acusação.
“No decorrer da vida acadêmica dele, ele se relacionou com pessoas. Isso faz parte de um comportamento humano, normal, e é por isso que a nossa espécie progrediu. Mas ele nunca utilizou a posição dele para obter vantagem sexual contra qualquer tipo de aluno”, declarou.
Fonte: G-1 Rio